Em uma época em que a gurizada de periferia aposta todas as suas fichas em gêneros como o funk e o pagode, uma turma dos bairros Jardim Fiuza, em Viamão - a base do grupo -, Partenon e Azenha, em Porto Alegre, segue outros rumos. Há pouco mais de um ano, os amigos, que tinham experiência em conjuntos gaudérios, formaram o Nova Tropilha, que investe na genuína música nativista. A inspiração vem de nomes como José Claudio Machado (1948-2011).
– A gurizada de hoje em dia não quer saber de nativismo, mas a nossa ideia é levar adiante esta bandeira. E fazemos tanto nativismo, que é música mais de show, quanto tradicionalismo, mais identificado com os bailes – define o repertório da banda Alaor, 22 anos, violão e vocal do Nova Tropilha.
Antes, adversários
A junção dos guris, aliás, se deu de uma maneira bem curiosa. No começo de 2015, Alaor e o baixista e vocalista Ruan, 23 anos, integravam outras bandas nativistas. Os dois se conheciam por conta de contatos eventuais nos bastidores dos bailes. Coincidentemente, foram oponentes no Festival de Canto Juvenil do Morro Grande na época. Ruan acabou vencendo o concurso, mas surgiam ali uma amizade e a vontade dos músicos de trilharem um caminho juntos, o que acabou acontecendo poucos meses depois.
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Com uma média de shows, que varia, hoje, entre quatro a oito apresentações mensais, o grupo aproveita a chegada dos festejos farroupilhas, que começam em todo Estado nesta quinta-feira, para reforçar a imagem deles no meio musical gaudério.
– É um mês importante! Esperamos tocar em muitos bailes e adquirir mais experiência – torce Alaor, empolgado com o desafio.
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No primeiro semestre de 2017, Nova Tropilha pretende lançar o seu primeiro CD totalmente autoral. No repertório, canções tipicamente fandangueiras como As Cobras do Matagal e Baile de Figueira. Ainda integram o grupo Felipe, 30 anos, na bateria, e Patrick, 16, na gaita.
Pitaco de quem entende
Gustavo Ortácio, agora em fase gaudéria, analisa o grupo.
– A gurizada faz uma música de baile, fandangueira, com linguagem campeira e uma boa qualidade. Eles seguem uma linha de grandes artistas do Rio Grande do Sul como o Zé Claudio Machado – avalia o músico, reconhecendo:
– E o formato que a banda apresenta, mais compacta, pode facilitar na hora de fechar contratos para os shows.
Gustavo destaca, ainda, a importância de ter esta gurizada jovem no nativismo:
– A música gaúcha precisa desta renovação, que os jovens levantem esta bandeira.
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