Um dos principais destaques do humor brasileiro na atualidade, o Porta dos Fundos ganhou uma nova integrante. Agora em maio, os episódios do coletivo contarão com a presença de Karina Ramil. A aparição da atriz nos esquetes não é novidade: antes de ser efetivada, ela já havia participado de Tio, Woody Allen e Atraso, paródias de costumes do povo brasileiro, característica recorrente nos vídeos do grupo. Karina demonstra estar bem à vontade com o tema.
– O humor mais legal é o que faz pensar. Quando você ri e reflete sobre o que ouviu, pode mudar de opinião. Por isso, muitos vídeos do Porta geram tanto debate – comenta a atriz.
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E provocam discussões mesmo. O atual cenário de polarização política no Brasil já atingiu os integrantes do Porta dos Fundos. Em abril, o vídeo Delação, que brincava com a atuação da Polícia Federal na Operação Lava-Jato, foi alvo de boicote por grupos que acusavam o coletivo de estar favorecendo o PT. A atriz afirma estar tranquila em relação a isso.
– Cada um tem sua opinião. Acho que meu posicionamento não importa muito dentro do trabalho, contanto que eu leve todos os pontos de vista em conta. As pessoas fazem muitas críticas ao Porta por puxar a um lado e não ao outro, mas acho que eles são bem equivalentes. Fazem graça com ambos os lados do debate – comenta.
Nos esquetes do Porta dos Fundos dos quais participou, Karina chamou atenção pela expressividade. Suas passagens foram marcadas por gestos, caras e bocas. Para a atriz, que se diz influenciada pela comediante americana Tina Fey, a comicidade surgiu menos de uma decisão de carreira do que de um reflexo de suas características pessoais.
– Sou uma pessoa caricata, gosto de fazer piada, é uma coisa natural. Quando estudava teatro, vi que devia abraçar isso, aí tudo começou a fluir. Eu sou assim, rio mais do que choro com os dramas da vida. Meu pensamento é mais irônico e sarcástico – conta.
Talento artístico foi incentivado pelo pai
O sobrenome de Karina, bem conhecido do público gaúcho, indica o parentesco: ela é filha de Kleiton Ramil, integrante da dupla Kleiton & Kledir. Sobrinha de Kledir e de Vitor e prima de Ian Ramil (para quem escreveu a letra de Rota, música também gravada pela banda Apanhador Só), a atriz faz parte da extensa lista de artistas dessa família.
– Somos muito unidos, muito próximos. Quando era mais nova, meus pais me estimularam muito a fazer teatro e cursos de arte. Foi meu pai quem me incentivou a estudar artes cênicas e tentar a vida no teatro. No quesito arte, todo mundo se apoia muito– afirma Karina.
Além do Porta dos Fundos, a atriz também faz parte do grupo de teatro Companhia de Quatro Mulheres e atua nas peças #broncadequê?, dirigida por Ernesto Piccolo e escrita por Rogério Blat, e Infância, Tiros e Plumas, de Inez Viana com texto de Jô Bilac. No ano passado, Karina ganhou o Prêmio Zilka Sallaberry como melhor atriz pela peça infantil Patrícia Piolho.
Assista ao vídeo Tio, com participação de Karina Ramil: