Mais de 40 mil paulistanos assistiram ao último show da turnê latino-americana do Iron Maiden. Quem esteve no Allianz Parque, na zona oeste da Capital, pôde ouvir um som alto, pesado e de boa qualidade. Quando se escuta "Doctor Doctor", clássico do UFO (banda na qual o Maiden se inspirou e se inspira), já se sabe que o show está prestes a começar. Os fãs começam a cantar, mesmo sem a banda no palco. Já eram 21h19min. O show estava marcado para as 21h, mas ninguém parecia se importar com o atraso.
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O vocalista Bruce Dickinson surge de um púlpito cinza, em um cenário místico, com tochas, pirâmides e fumaça. O espetáculo começou às 21h23min com "If Eternity Should Fail", música que também inicia o álbum "The Book of Souls" (de 2015, 16° em quase quatro décadas de banda, só contando os de estúdio). Ela é sucedida por "Speed of Light", do mesmo álbum, que já nasceu com cara de clássico.
As novas faixas contém parte da marca registrada do Maiden: refrões fortes e fáceis de cantar e solos que permitem que a plateia acompanhe com o tradicional "ô ô ô". A aposta da banda era rechear o show com músicas novas (seis de um total de 15). O álbum novo até empolgou os fãs, mas clássicos são sempre clássicos. Entre as novidades está a pesada e profunda "Tears of a Clown", homenagem ao ator Robin Williams, morto em 2014. "The Red and the Black", candidata a épico veio depois é agradou a multidão.
A empolgação ficou por conta do repertório clássico. Entre as faixas esteve excelente execução de "Children of the Damned", de 1982, que mostrou a perene potência vocal de Dickinson. Entre as melhores da noite, está "Powerslave", do álbum homônimo de 1984, que fez o público vibrar e relembrar a turnê de 2008-2009, composta somente por músicas da "era de ouro" da banda, da década de 1980. A macabra e profunda "The Book of Souls" é a deixa para o bonecão de Eddie, mascote da banda, entrar no palco e interagir com os componentes e arrancar urros do público.
Ele, com seus três metros de altura, usa pinturas tribais (à la Olodum) e, no meio da performance, tem seu coração roubado por Bruce Dickinson. O "órgão" foi atirado ao público. A banda parte para os clássicos. É a vez da famigerada "Fear of the Dark", celebrada e cantada por todo o estádio. "Iron Maiden", de 1980, vem logo antes do bis. No meio da música, entra em cena um busto gigante do Eddie, que rouba a cena ao ocupar boa parte do palco Como no resto da turnê brasileira, o encerramento começa com "The Number of the Beast", que tem 34 anos de idade, mas um frescor de recém-lançada (um Belzebu gigante surge no palco). Antes de tocar "Blood Brothers" (2000) Dickinson brincou com a rivalidade Rio-São Paulo e, para amenizar, disse: "Vocês são todos brasileiros". A faixa que termina o espetáculo é "Wasted Years", de 1986.