Com mais de cem livros publicados, Maria Dinorah (1925 - 2007) foi pioneira em diferentes campos da literatura. A autora, que completaria em maio 90 anos, foi uma das precursoras na criação e divulgação da literatura infantil no Estado, além de ter sido a primeira mulher a ocupar o posto de patrono da Feira do Livro de Porto Alegre, em 1989 - feito repetido depois por Lya Luft, em 1996; Patrícia Bens (1928 - 2008), em 1998; e Jane Tutikian, em 2011.
Maria Rita Kehl lota auditório e fala sobre consequências de 1964
Escritor alemão Uwe Timm participa da Feira do Livro
Esta trajetória será lembrada nesta sexta-feira no bate-papo Maria Dinorah Luz do Prado: Que Falta que Ela Nos Faz, às 14h30min, na Sala Oeste do Santander Cultural. O nome do encontro é também o título de um livro que está chegando agora ao mercado e pode ser adquirido na Feira pela banca da Ama Livros. Trata-se de um volume de poemas, fotos e manuscritos organizados pela pesquisadora Patrícia Pitta com ajuda dos familiares de Dinorah, os filhos Luiz Carlos, Maria Luiza, Beto e Carmem. A conversa de desta sexta-feira contará com Patrícia, Luiz Carlos e a professora Maria Eunice Moreira.
- Muita gente ainda não tem ideia da importância de Maria Dinorah, de como abriu caminhos para nossa literatura. Foi ela que começou a lançar livros em escolas e criar essa aproximação com estudantes e professores que muitos seguem fazendo hoje - explica Patrícia.
No início dos anos 1970, a escritora começou a fazer sucesso com a coleção Pirulim, com títulos como O Pinto Verde (1973), O Macaco Preguiçoso (1975) e O Coelho Dim-Dim (1976), que venderam mais de 60 mil exemplares apenas no Rio Grande do Sul e foram relançados pela Melhoramentos na mesma década, sendo então distribuídos em todo o país. Entre outros títulos que também ficaram conhecidos do público estão A Coragem de Crescer (1987), Giroflê, Giroflá (1995), Dobrando o Silêncio (1997) e Poesia Sapeca (2002).
Mesmo escrevendo para o público infantil, Dinorah não deixava de abordar temas relevantes da realidade brasileira, como a miséria de crianças da cidade e do campo, tratada em Panela no Fogo, Barriga Vazia (1986).
- Os livros dela são de uma atualidade impressionante - avalia Patrícia.
Além da larga produção lançada em vida, a escritora, deixou cerca de 200 cadernos escritos à mão, doados junto a outros manuscritos e documentos para o Delfos, Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, em 2009. Patrícia, que atualmente pesquisa o acervo da escritora, afirma que novidades podem chegar ao mercado.
- Há muitos textos inéditos. Estou garimpando para ver as possibilidades de publicar.