Abuso de drogas, empresas farmacêuticas que pouco se importam com os efeitos de seus produtos, abortos ilegais, prostituição, corrupção, racismo, machismo. São tantos os temas polêmicos abordados em The Knick, série que se destaca sobretudo pela direção de Steven Soderbergh e pela trilha sonora de Cliff Martinez, que não há como não ser fisgado - principalmente se levar em conta que a história se passa em Nova York, no início do século 20, e é possível fazer um paralelo com a sociedade atual.
A segunda temporada do aclamado drama, que alia as descobertas tecnológicas da medicina com as mudanças da sociedade, tem estreia simultânea no Brasil e nos EUA hoje à noite, às 23h, no canal Max. Após 10 episódios de muita tensão e luta, voltaremos a acompanhar o trabalho da equipe do hospital Knickerbocker.
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À frente do elenco está Clive Owen, indicado ao Globo de Ouro pelo papel do cirurgião-chefe John Thackery, e André Holland, que interpreta o cirurgião Algernon Edwards, visto com maus olhos pelos colegas por ser negro.
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No início do segundo ano, a ausência de Thackery, que foi hospitalizado devido à sua dependência de cocaína, a falta de pacientes e os problemas financeiros, provocam o fechamento do hospital no centro da cidade, obrigando a equipe a abrir suas portas na zona alta de Nova York.
Com os planos de mudança das instalações, Algernon trabalha incansavelmente para ser o sucessor de Thackery enquanto tem que lidar com vários conflitos nos planos profissional e pessoal.
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O primeiro episódio da atração criada por Jack Amiel e Michael Begler será transmitido ainda, com exclusividade, no canal do Max no YouTube, Cinemax e estará disponível no HBO GO e no HBO On Demand, após a estreia na televisão.
The Knick
Estreia da segunda temporada da série, sexta (15), às 23h, no canal Max.
Confira entrevista com Clive Owen, o Dr. Thackery:
Qual é o cenário para Thackery no início da segunda temporada?
Ele acabou numa clínica de reabilitação usando heroína para combater o que eles chamam de "euforia da cocaína". Isso é baseado em fatos reais e pesquisas - o consumo de cocaína era legal na época e acreditava-se que a maneira de lidar com a euforia provocada pela droga era acalmar os pacientes
com um pouco de heroína. Eu disse para o pessoal que na segunda temporada eu tinha que piorar, tinha que parecer pior do que antes, por isso vemos esse estado realmente muito triste. E o Thackery passa grande parte da segunda temporada tentando se livrar das drogas e voltar à atividade. Vamos ver se ele vai conseguir!
Para você foi difícil mergulhar nessa mente?
Foi, claro, mas ele também é surpreendente nesses aspectos e isso é interessante para explorar. Uma das coisas boas dessa atuação é ver até onde você pode ir. Quando eu li o primeiro episódio da primeira temporada eu pensei: "Eu nunca vi um personagem como este". É um grande desafio. Ele é tão difícil que isso tem uma certa beleza. É uma coisa que tanto o Soderbergh como eu ficamos animados de encarar. E nós queremos fazer a mesma coisa nesta temporada.
O que você achou de voltar a fazer série para a televisão? É um processo diferente de fazer cinema?
Não muito. A série parece um filme porque o Soderbergh não trabalha com episódios. Ele é um cara de cinema e ele não muda a maneira de filmar. Ele não pensa: "Eu vou filmar uma coisa para a televisão". Ele aborda como um filme e eu senti a mesma coisa quando eu estava fazendo o trabalho. Você sente que tem mais tempo e pode ir mais fundo.
Leia a entrevista com o diretor Steven Soderbergh:
O que lhe agrada ao fazer uma obra de gênero?
É um desafio. Você não quer fazer algo que já tenha sido feito, mas também não quer mexer com os aspectos de gênero que fazem tudo dar certo. O roteiro fez algo incrível ao equilibrar o familiar e o novo. É bastante familiar em sua narrativa para nos manter confortáveis e envolvidos, mas apresenta novos elementos picantes para nos fazer imaginar aonde isso vai parar. O negócio é o seguinte: se você conseguir passar pelos primeiros sete minutos do episódio um, então você consegue assistir até o final.
Por que você pensou logo em Clive? Parece que você já trabalhou com ele antes, mas na verdade esse não é o caso.
Eu o conheço e conheço várias pessoas que já trabalharam com ele, mas não, eu não sei por quê. Eu pensei nele imediatamente para este projeto. Clive é destemido. Ele entende que deve fazer o que for necessário para isso funcionar. Eu estava sempre buscando maneiras de torná-lo cada vez menos amável em cada cena - e se eu sugerisse isso, ele fazia logo de cara. Ele não se importa e isso só nos faz gostar ainda mais dele.
Existem algumas semelhanças com o personagem de Clive Owen. Você se vê nele?
A resposta é sim. Acho que ele é uma pessoa que reconhece que todo o conhecimento novo pode exigir uma alienação de todo o conhecimento prévio e que, se você tem medo disso, então você está no mundo errado. Eu realmente acredito que é assim que um artista deve se comportar. Mas o ideal é nos encontrarmos em todos os personagens, caso contrário, fica muito difícil expressar ao ator o que ele deve fazer.