Quem escolhe os padrões de beleza? E quem disse que uma determinada religião precisa predominar no mundo? Afinal, de onde vêm todos esses padrões? É a esse tipo de questionamentos que instiga a exposição Ditadura, em cartaz do Museu de Arte de Santa Maria (Masm) até o próximo dia 30. A mostra abre a temporada de exposições da instituição em 2015.
Muito mais do que uma referência a repressão militar, a mostra propõe discussão sobre os tipos de ditadura sob os quais a sociedade vive.
- Imaginamos esta exposição em um caráter de maior reflexão sobre o tema. Pensamos em fazer uma abordagem mais ampla, mostrando que a ditadura também significa algo que nos é ditado. Nós ainda vivenciamos uma ditadura: religiosa, estética, social, em que não se pode fugir dos padrões - reflete o curador da mostra e diretor do Masm, Márcio Flores.
As peças em exposição fazem parte do acervo de mais de 3 mil obras do Masm. São quadros, esculturas e objetos arte assinados por nomes como Wagner Dotto, Beth Souza e Jorge Batista. O artista uruguaio Silvestre Peciar, que passou pela experiência do exílio durante a ditadura em seu país, traz em suas obras resquícios daquele momento político. Anastácia apresenta uma mulher com a boca presa, referência ao impedimento da expressão de ideias à época.
Já as obras de Jorge Batista, como a da foto ao lado, remetem a rótulos da sociedade, como associar a periferia à violência.
Ditadura também exibição de um compilado de vídeos que tratam de temas como o a imposição de gênero sexual, agressão à mulher e o preconceito racial.
A exposição segue aberta, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. O museu oferece visita guiada para quem quiser conhecer as obras de uma maneira mais aprofundada. Agendamentos podem ser feitos pelo telefone (55) 3921-7090.