Estreia nesta segunda-feira a minissérie Felizes para Sempre?, às 22h50min, na RBS TV. Escrita por Euclydes Marinho, é uma releitura de Quem Ama não mata, atração exibida em 1982.
Ao longo de 10 episódios, a série mostra os dilemas morais que permeiam a vida de cinco casais. O desejo, a mentira, a ambição e a traição culminam em um crime passional, e todos os personagens têm motivos para matar ou morrer. Na minissérie, haverá um assassinato, cujo responsável só será revelado no último capítulo.
Uma das personagens centrais da trama será a médica Tânia, vivida por Adriana Esteves. A atriz retorna à TV após ter interpretado a icônica vilã Carminha, em Avenida Brasil. Adriana vive outra personagem ambígua, que não é exatamente uma vilã, mas que, assim como Carminha, engana o marido.
Já Paolla Olivera será uma prostituta lésbica chamada Denise, ou Dany Bond. Em seus programas, ela usa disfarces para apimentar a relação de casais em crise. Completam o elenco nomes como Cassia Kis Magro, Enrique Diaz, Maria Fernanda Cândido e João Miguel.
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A direção fica por conta de Fernando Meirelles, que ficou conhecido internacionalmente por filmes como Cidade de Deus (2002), com o qual concorreu ao Oscar de melhor direção, e O Jardineiro Fiel (2005). Em entrevista à Zero Hora, publicada no último domingo, Meirelles contou que, apesar de não ser fã de novelas, o gênero folhetim o atraiu.
- Nunca havia feito um folhetim, gostei dos personagens e da dramaticidade das situações e embarquei. Confesso que não sou fã de novela, mas fazer cenas de traição, mulheres frias, filhos trocados, foi o máximo. Acho que todos temos esse fascínio de nos intrometer na vida dos outros - disse o diretor.
Segundo Meirelles, o texto de Euclydes Marinho não se propõe a ser uma revolução na dramaturgia de folhetim, mas trata alguns temas e personagens de forma honesta e sem julgamentos.
- Ninguém é totalmente bom nem mau, os personagens são tridimensionais e humanos, o que torna a série muito contemporânea. Por exemplo: há uma relação homossexual na trama com um tratamento muito interessante para a teledramaturgia. O casal romântico central são duas mulheres, mas não há sequer uma frase na série que faça menção a isso como uma questão. A situação entra com absoluta naturalidade. Ainda sobre o texto, um outro aspecto interessante é que a trama central envolve um empreiteiro e sua relação com o Estado, o que o torna muito atual. Vale dizer que isso foi pura coincidência, pois Felizes Para Sempre? foi escrita em 2013, antes da operação Lava-Jato.