No Dia Nacional de Doação de Órgãos, que segue até amanhã, o Rio Grande do Sul tem pouco a comemorar. Enquanto 1.378 pessoas aguardam por um transplante no Estado, levantamento da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul revela que o NÃO ainda é a palavra mais respondida pelas famílias quando questionadas sobre a doação dos órgãos de parentes após a morte encefálica.
O primeiro NÃO é relativo ao total de possíveis doadores (pacientes com morte encefálica confirmada). Ele mostra que 49,2% das 254 famílias entrevistas após a morte do parente recusa a doação. Já na questão relativa aos possíveis doadores que não se confirmaram como doadores, os casos de negativa familiar ampliam-se para 69%. Ou seja, dos 180 prováveis doadores, o NÃO da família foi a razão em 125 dos casos.
- Cada vez fica mais claro que as pessoas precisam conversar sobre o assunto ainda em vida. Se deseja ser um doador, precisa deixar isso claro para os parentes e amigos mais próximos. Só assim, poderemos mudar esta curva negativa - ressalta a coordenadora da Central de Transplantes, Rosana Nothen.
Para ampliar a conscientização dos brasileiros sobre a importância do gesto, a campanha nacional deste ano tem como tema "Eu assumi. Sou doador de órgãos. Assuma você também. Conte já pra sua família". Segundo a legislação do Brasil, a palavra final será sempre da família. Mesmo que a pessoa registre em cartório a intenção de doar órgãos e tecidos, o transplante só ocorre com a autorização por escrito assinada pelo cônjuge do falecido ou parente mais próximo na linha sucessória.
Esperança está no RS
Doação de Órgãos
O NÃO que perde vidas
Metade das famílias gaúchas ainda se nega a doar órgãos de parentes após a morte encefálica.
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