Artistas nativistas lamentaram a morte de Airton Machado, um dos fundadores do Garotos de Ouro, ao longo da manhã desta segunda-feira (13). O músico faleceu na madrugada em um acidente com o ônibus do grupo na BR-282, em Santa Catarina.
Em publicações nas redes sociais e entrevistas a GZH, o talento e a maestria do músico de 62 anos foram enaltecidos. Com quase 50 anos de carreira, ele fundou o grupo em 1976, ao lado do irmão, Ivonir.
Um dos vocalistas da Garotos de Ouro entre 2018 e agosto deste ano, Gustavo Neto conta que Airton "era um cara de coração do tamanho do mundo".
— Ele fazia o máximo por todos. Além de um grande instrumentista, que imortalizou grandes músicas, ele deixa um legado de uma banda que está até hoje aí com quase 50 anos de estrada. Ele era um cara muito espirituoso, estou arrasado e sem chão — comenta.
Além disso, Neto conta que Airton entrou em contato com ele no domingo (12), antes de iniciar a viagem, falando que tinha lembrado do amigo e da parceria na estrada. Os dois costumavam dividir a pilotagem do ônibus, tomando chimarrão e conversando durante os trajetos.
A importância da família também sempre foi algo marcante para Airton, conforme Neto.
— Ele sempre estava preocupado com o Ivonir (que sofreu um AVC), cuidando a distância mesmo, era um cara muito família. Ele sempre procurava estar perto e fazer o melhor por cada um — acrescenta.
O cantor e apresentador do Galpão Crioulo Neto Fagundes também lamentou a perda. Em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, ele lembrou que, várias vezes, passou a virada do ano em Cruz Alta, terra natal de Airton, que tinha o costume de fazer um baile aberto ao público como forma de retribuir o carinho da cidade.
— Ele andou pelo mundo por bailes. Acordar e saber que um amigo perdeu a vida é brabo, é lamentável quando a gente conhece o artista além do palco, na amizade mesmo. Estávamos sempre na mesma luta, batalha, os Garotos mais pelo fandango, mas tenho um carinho enorme, é muito triste para toda a música, porque eram amigos de muita gente — garante Neto Fagundes.
Já César Oliveira, músico e colunista de GZH, define a perda de Airton como "irreparável", graças a sua contribuição "indelével" por conta da transformação que a banda causou na música fandangueira.
— O Rio Grande do Sul está enlutado. Junto com seu irmão e os Garotos, fizeram história e foram divisores de água do fandango, estilo que é executado e referência para todos que fazem a alegria da música. Vá com Deus, colega, ídolo e referência para todos nós —despediu-se Oliveira.
Em publicação nas redes sociais, a banda Tchê Garotos também lamentou a despedida. "Descanse em paz Airton, nossos sinceros sentimentos à família, aos colegas músicos da banda e a todos os fãs! A nossa arte gaúcha sofre uma grande perda!", diz um trecho da postagem.
O líder da formação, Marquinhos Ulian, que foi integrante da Garotos de Ouro entre 1991 e 1995, também falou a GZH sobre a perda de Airton.
— Aprendi muito com ele em como ser um gaiteiro que enche a sala de um baile gaúcho. Ele sempre lutou para manter viva a marca Garotos de Ouro. Que Deus conforte o coração da família — disse Ulian, ex-gaiteiro da banda liderada por Airton.
Nas redes sociais, outros grupos, como Os Serranos, Os Monarcas e Minuano, também prestaram suas homenagens. Confira: