O baterista da banda The Offspring, Pete Parada, foi desligado da banda após negar a ser vacinado contra a covid-19. A decisão foi comunicada pelo próprio artista nas redes sociais, que afirmou ter sido aconselhado pelo seu médico a não tomar o imunizante. Ele estava na banda desde 2007.
"Devido a meu histórico médico pessoal e o perfil dos efeitos colaterais dessas vacinas, meu médico me recomendou a não ser vacinado nesse momento. Eu peguei o vírus há mais de um ano, foi moderado para mim, então tenho confiança de que poderia lidar com ele novamente, mas não tenho certeza que sobreviveria pós-vacinação com Síndrome de Guillain-Barré, que eu tenho desde a infância e piorou ao longo da minha vida. Infelizmente para mim (e para a minha família - que gostaria de me ter vivo por mais um tempo) os riscos são muito maiores que os benefícios", disse o artista, em postagem no Instagram nesta terça-feira (3);
A síndrome de Guillain-Barré é doença autoimune rara, que geralmente se desenvolve após infecções bacterianas e virais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, no mundo, ocorrem entre um e dois casos a cada 100 mil habitantes.
Em um comunicado divulgado na última quarta-feira (28), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou ter recebido, até o momento, 34 notificações de casos suspeitos da doença após a imunização com a vacina contra a covid-19.
A Anvisa afirma que as vacinas são seguras e segue com a recomendação pela continuidade da campanha com todas os imunizantes já aprovados para uso no Brasil. Diante da situação, entretanto, a agência solicitou que as empresas responsáveis pela regularização das vacinas AstraZeneca, Janssen e CoronaVac incluam nas bulas dos produtos informações sobre o possível risco de síndrome de Guillain-Barré.
Confira a nota oficial de Parada:
"Eu tenho algumas notícias infelizes e difíceis para contar. Eu sei que muitos dos meus amigos próximos e família iriam preferir saber disso de forma privada, e eu peço desculpas por meu pronunciamento público, mas eu não sei como falar sobre isso mais de uma vez", começou em um longo texto.
"Devido a meu histórico médico pessoal e o perfil dos efeitos colaterais dessas vacinas, meu médico me recomendou a não ser vacinado nesse momento. Eu peguei o vírus há mais de um ano, foi moderado para mim, então tenho confiança de que poderia lidar com ele novamente, mas não tenho certeza que sobreviveria mais um pós-vacinação com Síndrome de Guillain-Barré, que eu tenho desde a infância e piorou ao longo da minha vida. Infelizmente para mim (e para a minha família - que gostaria de me ter vivo por mais um tempo) os riscos são muito maiores que os benefícios", continuou.
"Já que não posso seguir com o que tem se tornado obrigação na indústria - foi decidido que não é seguro para as pessoas ficarem perto de mim no estúdio ou em turnê. Eu digo isso porque não estarei presente nos próximos shows. Eu também quero compartilhar a minha história para que aqueles que estejam sentindo a agonia e isolamento em ser deixado para trás saibam que não estão sozinhos. Eu não tenho sentimentos ruins pela banda. Eles estão fazendo o que acreditam ser o melhor para eles e eu por mim. Desejo a toma a família Offspring todo o melhor quando voltarem para a estrada. Estou com o coração partido de não ver minha equipe de estrada e vou sentir falta de me conectar com os fãs mais do que posso explicar."
"Enquanto o meu motivo para não ser vacinado é médico, não quero falar só sobre mim. Eu preciso deixar claro que eu apoio o consentimento informado - que exige escolha sem interferência de coerção. Eu não acho ético ou inteligente permitir que aqueles com maior poder (governo, corporações, organizações, chefes) possam ditar procedimentos médicos àqueles com menos poder."
"Existem inúmeras pessoas (como eu) para quem essas vacinas apresentam mais risco do que o vírus. A maioria de nós não compartilha publicamente um decisão privada tomada em considerações cuidadosas com nossos médicos. Nós sabemos que não é uma conversa fácil para se ter. Parece que metade da população está tendo reações completamente diferentes a essas vacinas do que era esperado - provavelmente porque suas experiências de vida são completamente difetentes e seus motivos vão de uma análise consciente sobre riscos/benefícos, a impossibilidade financeiras de tirar um tempo do trabalho/não ter planos de saúde caso sofram com efeitos colaterais até uma falta de confiança compreensível em um sistema que nunca priorizou a saúde ou o bem-estar de suas comunidades."
"Espero que a gente possa aprender a dar espaço para todas as perspectivas e medos que existem atualmente. Vamos evitar a tendência infeliz da dominação, desumanização e brigas entre nós. Uma população hesitante não é um grupo monolíticos. Todas as vozes merecem ser ouvidas."