Na primeira fase de sua carreira, Mike Portnoy cravou seu nome na história do heavy metal como um dos mais virtuosos bateristas da história, remetendo ao período em que foi um dos líderes do Dream Theater. A decisão de sair da banda que ajudou a fundar levou Portnoy a tomar caminhos profissionais insondáveis, sem deixar a qualidade de lado. Com disposição invejável, o norte-americano se juntou a músicos consagrados de diferentes estilos, explorou sua versatilidade, e participou de incontáveis projetos, gravações, turnês mundiais e shows esporádicos. De estilo carismático, Portnoy diz estar feliz nesta rotina de mutação, sem estabilidade ou planejamentos de longo prazo.
Neste domingo (10), o baterista volta a Porto Alegre, no palco do Opinião, em parceria com a banda brasileira Noturnall e participação especial do vocalista Edu Falaschi, ex-Angra. A composição do set list dará preferência a duas ex-bandas de Portnoy, o Dream Theater e o Adrenaline Mob, mas ele adianta que haverá espaço para surpresas. Nesta entrevista, ele comenta o retorno a Porto Alegre e revela novidades que irão ditar o ritmo da sua agenda no próximo ano.
Como surgiu a oportunidade de tocar no Brasil junto com o Noturnall?
Originalmente, eu me aproximei do Noturnall para gravar uma faixa de seu novo disco. Felizmente, eu estava disponível para essa gravação. Assim que entreguei as faixas, eles me perguntaram se eu estava interessado em tocar em alguns shows com eles no Brasil. E claro que eu queria, adoro me apresentar no Brasil, é um dos meus públicos favoritos no mundo todo. Estou feliz por ter tido uma brecha em minha agenda para que isso acontecesse.
Como será o show? Todos os músicos estarão juntos no palco ao mesmo tempo ou haverá revezamentos?
Para ser honesto, não tenho ideia sobre como o show irá se desenrolar. Eu presumo que teremos diferentes formações ao longo das apresentações e uma hora todos nós tocaremos juntos. Mas não sei, vamos descobrir quando ensaiarmos.
Serão executadas somente músicas do Dream Theater e do Adrenaline Mob? Sobretudo no caso do Dream Theater, há muitos clássicos de diferentes épocas que os fãs gostariam de assistir.
É claro que tocaremos músicas de minhas bandas anteriores, Dream Theater e Adrenaline Mob, mas é claro que teremos outras surpresas no show. Devemos tocar uma música do Pantera. Também devemos apresentar uma das músicas do Noturnall, Scream for Me, que toquei no disco da banda. Eles que escolheram as músicas, mas estou muito feliz com as escolhas, estou muito empolgado para revisitar essas músicas do Dream Theater. Eu recentemente toquei Dream Theater na turnê Shattered Fortress, com Sons of Apollo, PSMS (projeto com Mike Portnoy, Billy Sheehan, Tony MacAlpine e Derek Sherinian) e Flying Colours. Porém, em todos esses casos, eram músicas diferentes das que irei tocar no Brasil. São canções que nunca mais toquei desde que saí do Dream Theater.
Desde que deixou o Dream Theater, você se envolveu com tantos projetos que é até difícil listar. Tocou com Avenged Sevenfold; fundou, gravou discos e excursionou com o Winery Dogs; fez o mesmo ritual com o Sons of Apollo; teve atividades com o Metal Allegiance...foi o baterista da turnê de despedida do Twisted Sister. Você está satisfeito com essa rotina de vários projetos paralelos ou, às vezes, sente falta de uma banda maior e mais estável, como o Dream Theater?
Eu tomei uma caminho muito louco desde que deixei o Dream Theater há nove anos. Participei de todas essas bandas mencionadas, de Avenged Sevenfold a Twisted Sister, mas eu realmente me diverti com isso. Cada um desses projetos exploraram diferentes ângulos do meu estilo musical e interesses musicais, que mostram quem eu sou.
Acho que 25 anos de Dream Theater só mostraram um lado de quem eu sou. Posso oferecer muito mais ao meu amor pela música. Eu preciso desses diferentes estilos e trabalhar com todos esses músicos maravilhosos dessas bandas para verdadeiramente me inspirar. Se eu sinto saudade de tocar somente com uma banda? Bem, eu estive em uma única banda por 25 anos e levou muito tempo para se tornar o sucesso popular que se tornou. Se eu permanecesse em uma banda agora, eu não ia querer esperar 25 anos para levar a banda novamente a este nível de popularidade. Já tive o suficiente disso em minha vida.
O que estou mais interessado agora é variedade e tocar com as mais diferentes pessoas. Devo dizer que minhas experiências com Avenged Sevenfold a Twisted Sister foram muito divertidas e adoraria repeti-las. Poderia tocar fixamente em uma banda, mas teria que ser a banda certa.
Com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, trabalhando com diversos profissionais, quem é o seu grande parceiro musical atualmente para criar, compor e excursionar?
Não teria como dizer que tenho um favorito, amo todo mundo com quem trabalho. Mas tenho uma relação especial com Neal Morse. Nós tocamos em três bandas juntos: Transatlantic, Flying Colors e Neal Morse Band. Nós gravamos 22 álbuns juntos nos últimos 20 anos. Eu fiz mais música com Neal do que qualquer outra pessoa, incluindo Dream Theater. Eu tenho um lugar especial no meu coração para a relação pessoal e musical que tenho com Neal.
Entre os apreciadores de rock e heavy metal, há excelentes comentários a respeito do Winery Dogs. Sobretudo quanto ao primeiro disco, que traz ótimas músicas. Você, Richie Kotzen e Billy Sheehan tem novos planos para a banda?
Winery Dogs é um dos projetos favoritos dos fãs. Eles realmente amam essa banda e se conectaram com ela. Nós nos apresentamos em alguns shows este ano, nos Estados Unidos, apenas pela diversão. Sem pretensão de fazer música nova ou algo do tipo. Estávamos apenas tendo um momento maravilhoso. Tínhamos saudades de tocar juntos. Nós temos planos de gravar um terceiro disco, mas será no tempo certo.
Em 2018, o Sons of Apollo se apresentou para um bom público em Porto Alegre. O fãs podem esperar algo mais deste projeto?
Sim. Novas músicas de estúdio do Sons of Apollo serão lançadas em janeiro. É um disco maravilhoso. Vamos pegar a estrada logo após o lançamento. Tão logo façamos as datas da turnê americana e europeia, espero voltarmos à América do Sul, mas isso depende de os produtores nos agendarem. Já vimos algumas ofertas, mas só incluíam um show em São Paulo. Eu gostaria de tocar mais no Brasil, espero que tenhamos mais datas, mas só poderemos vir se chegarem propostas. Vamos cruzar os dedos para que pelo menos façamos esse show em São Paulo. Se aparecerem mais propostas, vamos amar fazer mais shows no Brasil.
* Colaborou William Mansque
SERVIÇO
O que: Show Mike Portnoy & Noturnall em Porto Alegre, com participação de Edu Falaschi
Onde e quando: Domingo, dia 10 de novembro, no Bar Opinião. Rua José do Patrocínio, 824
Cronograma: 18h - abertura da casa
18h30min - início das bandas de abertura
21h10min - Noturnall
22h - Mike Portnoy
Ingressos
PREMIUM
2º lote
Inteira — R$ 320,00
Solidário — R$ 165,00 *
Meia — R$ 160,00 **
PISTA
2º lote
Inteira — R$ 200,00
Solidário — R$ 105,00 *
Meia — R$ 100,00 *
* Solidário - limitados e válidos somente com a entrega de 1kg de alimento não perecível na entrada do show.
** Meia-entrada - para estudantes são válidas somente as seguintes carteiras: ANPG, UNE, UBE's, DCE's e demais especificadas na LEI FEDERAL Nº 12.933.