Já com ingressos esgotados, a banda mineira Lagum se apresenta pela primeira vez em Porto Alegre nas primeiras horas da madrugada deste sábado (14), no Opinião. O grupo vem à capital gaúcha com a turnê de seu segundo disco, Coisas da Geração, lançado em junho.
Classificando sua sonoridade como pop alternativo, a Lagum costuma misturar pop rock, reggae e MPB – costumeiramente, com elementos acústicos e eletrônicos em suas canções. Formada em 2014, a banda de Belo Horizonte homenageia em seu nome uma lagoa de Brumadinho (MG) que os integrantes do grupo frequentavam. Tudo começou quando o vocalista Pedro Calais postou um vídeo de uma música sua no Facebook. Um promoter de uma boate convidou Pedro para se apresentar no estabelecimento.
— Até então, não estava pensando nisso. Só tinha postado a música de onda. Reuni os meus amigos que tocavam e ensaiamos umas quatro vezes. Nos apresentamos e levamos um monte de conhecidos, e a casa ficou lotada. A partir disso, nosso nome começou a rodar a cidade, pois produtor gosta disso, que a casa fique cheia (risos) – relata Pedro, que forma o Lagum com Glauco Borges (guitarra), Otávio Cardoso (guitarra e vocal), Francisco Jardim (baixo) e Tio Wilsom (bateria).
Com cada vez mais apresentações, além de sua postura espontânea e bem-humorada nas redes sociais, a banda foi arrecadando dinheiro e gravou seu disco de estreia, Seja o que Eu Quiser (2016). Gradativamente, o grupo foi conquistando seu espaço pela web, principalmente com o single Deixa, lançado em 2017. Ano passado, a música ganhou nova roupagem com a participação da cantora Ana Gabriela, impulsionando a banda ainda mais.
— É uma música muito confortável. A sonoridade, a melodia e a letra são de fácil absorção. É uma música que tem um papo forte — explica Pedro.
Deixa é uma música que representa bem o “pop good vibe” que a Lagum produz. O grupo se conecta em um cenário pop brasileiro, cujas músicas são ensolaradas e, geralmente, amparadas por bases de violão – vide Melim, Vitor Kley, Anavitória e o rap acústico. No entanto, Lagum é uma rara presença de banda com som orgânico despontando nos dias de hoje.
— Sempre vai ter uma abertura para quem fizer as coisas com autenticidade. Acho que há uma cena assim (pop acústico), que é uma escada, mas que só dá espaço para quem é diferente. Não adianta querer fazer uma sonoridade Charlie Brown Jr. porque eles já existiram. Há espaço para quem tem algo diferente — analisa o vocalista.
Perspectiva
Além dos singles e das faixas do disco de estreia, a Lagum deve se concentrar nas músicas do segundo álbum, Coisas da Geração. Segundo Pedro, o disco trata de assuntos perenes – como amor, raiva e saudade. Porém, com a maioria dos integrantes na faixa dos 20 anos, a banda procurou abordar essas temáticas pelo ângulo dessa geração Z (nascidos em meados dos anos 1990).
— É como se a nossa geração estivesse olhando para si e dando a sua perspectiva. Foi isso que buscamos. Você pergunta para o seu avô como ele conheceu a sua avó, vai ser diferente de como você vai contar para o seu filho. São visões diferentes sobre assuntos que sempre existiram. No amor, por exemplo, você vai perceber que é uma parada mais ansiosa, sempre esperando resposta ou ligação, que se não chega é um caos — exemplifica.
Sobre a apresentação da turnê, o vocalista pontua:
— Tá muito maneiro o show. Tá porradão.
Lagum
Sexta-feira (13), no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)
Abertura da casa e atrações convidadas às 23h. Lagum à 1h.
Classificação: 16 anos.
Ingressos esgotados.