Música

A volta dos indies

Atração do Rock in Rio, Weezer transitou da cena alternativa ao rock de arena

Banda americana se apresenta neste sábado (27) no palco principal do festival 

Folhapress

Divulgação / Divulgação
Weezer

Na última vez que o Weezer veio ao Brasil, a série 24 Horas estava na quarta temporada.

— Lembro de conversar sobre Jack Bauer com um de nossos intérpretes — diz o guitarrista Brian Bell. — Também lembro que alguém dirigiu quase dois dias para nos trazer um sintetizador Moog em cima da hora do show.

Em 2005, o Weezer fez apenas um show na América Latina, no Curitiba Rock Festival. Foi a primeira e, até esta semana — em que tocaram em São Paulo (na quinta) e se apresentam no Rio de Janeiro (neste sábado, no Rock in Rio) —, o seu único show no Brasil.

Na época, a banda estava estabelecida, depois de despontar nos anos 1990 com um rock espirituoso e postura menos agressiva que a de gente como o Nirvana. Os óculos de aro grosso e as blusas de malha do vocalista Rivers Cuomo, somadas às letras sobre problemas cotidianos com referências à cultura pop, deram ao grupo a pecha de nerds.

Menos de 15 anos depois de tocar para 6 mil pessoas em Curitiba, o Weezer que vai enfrentar 100 mil no Rock in Rio é diferente. O grupo está mais prolífico — foram quatro discos nos últimos três anos — e se aproximando de um público mais jovem.

— Sinto que foi a hora certa para elevarmos nosso jogo em termos do tamanho dos lugares onde tocamos. Já não parece mais tão grande para nós. É algo a que estamos acostumados — comenta o guitarrista. 

Recentemente, o Weezer saiu em turnê por estádios com  abanda Panic! at the Disco — que já foi emo e hoje faz pop adolescente — e músicas novas como Feels Like Summer soam mais amigáveis às rádios e playlists do que o rock de garagem do famoso disco azul, o primeiro da banda, de 1994 (seis dos 13 discos do Weezer levam o nome da banda, por isso são chamados pela cor da capa).

Bell, contudo, rechaça comparações com novos grupos de rock mais populares, como o próprio Panic! at the Disco e outra atração do Rock in Rio, Imagine Dragons. 

— É uma honra ter esse alcance, mas quanto a ter algo a ver com essas bandas, não tenho nada a dizer.

Dos trabalhos recentes do Weezer, o que deve render músicas para os shows no Brasil é o álbum verde-azulado, lançado neste ano, depois de a banda gravar um cover de Africa, da banda Toto, a pedido de um fã na internet.

Evocando o senso de humor comum do grupo, o disco é inteiro de versões de clássicos das FMs, incluindo Sweet Dreams (Are Made Of This), do Eurythmics, e Take On Me, do A-ha.

— Não são apenas canções de que gostamos, mas que a maioria dos nossos fãs também gosta — defende o guitarrista.

Mas, como é esperado, o setlist do Weezer terá os maiores sucessos do grupo. Do álbum azul, a banda deve tocar cinco faixas, entre elas Buddy Holly e Say It Ain't So.

O disco mais importante do Weezer, diz Bell, "continua tão revigorante como em 1994". Mas, e se ele tivesse sido lançado em 2019? 

— Penso nisso toda vez que vejo um filme clássico. E.T. seria tão popular em 2019 quanto em 1982? Bem, se Stranger Things é um indicativo, sim.

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Perimetral

04:00 - 05:00