Sobram dúvidas a respeito do acidente aéreo em que morreu o cantor Gabriel Diniz, 28 anos, e outros dois tripulantes na tarde de segunda-feira (27). O avião monomotor, que saiu de Salvador em direção a Maceió, caiu na região de manguezal no Porto do Mato, em Sergipe.
Em nota, a Aeronáutica afirmou que já iniciou o processo de investigação, que deverá utilizar fotografias, documentos e testemunhos para revelar as causas do acidente. A seguir, veja o que já se sabe sobre o caso.
Táxi-aéreo irregular
A aeronave que levava o cantor não tinha autorização para fazer táxi aéreo. Segundo informações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião, propriedade do Aeroclube de Alagoas, estava registrado na categoria Instrução e não poderia prestar serviço fora da sua finalidade, incluindo o transporte remunerado de pessoas.
O Piper, modelo PA-28-180, prefixo PT-KLO, contudo, tinha o Certificado de Aeronavegabilidade, que autorizava voos na aeronave, até 2023. Fabricado em 1974, a inspeção mecânica do avião também estava em dia, com validade até 2020. Os dados foram confirmados pela Anac.
Carona aérea
De acordo com informações do G1, Abraão Farias, uma das vítimas no acidente e piloto desde 2012, era amigo de Gabriel Diniz e ofereceu uma carona ao artista, depois de os dois passarem o final de semana em Salvador. Já Linaldo Xavier, o outro tripulante da aeronave, pilotava há dois anos.
Chamado e trabalhos após o acidente
O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) revelou que foi acionado por volta das 12h32min de segunda-feira. O Corpo de Bombeiros do Sergipe disse que, nesse horário, a aeronave não aparecia mais no radar do Grupo Aéreo Tático do Recife. A área em que ocorreu a queda era de difícil acesso, de mata fechada e mangue. Equipes dos bombeiros da Polícia Militar participaram das operações para retirar os corpos das vítimas da água.
Depois dos trabalhados no local do acidente, os corpos chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) por volta das 18h. Ao G1, o diretor do IML, José Aparecido Cardoso, informou que as três vítimas sofreram politraumatismo. Os corpos foram liberados no fim da noite.
Suspensão das operações do Aeroclube de Alagoas
No final da tarde de segunda, a Anac informou que suspendeu, de modo cautelar, as operações do Aeroclube de Alagoas, dono do avião, e interditou as nove aeronaves pertencentes à empresa devido ao acidente.