Assim como já havia sido em 2017, o streaming continuou aquecendo a indústria musical em 2018. De acordo com o relatório Global Music da IFPI (International Federation of the Phonographic Industry), divulgado pela Pro-Música Brasil Produtores Fonográficos Associados (associação que reúne as maiores gravadoras em atividade do país) no começo de abril, o mercado fonográfico brasileiro cresceu acima da média mundial no ano passado.
Com a ascensão da pirataria e dos serviços de compartilhamento de arquivos, a década passada havia sido difícil para o mercado da música. Nos últimos anos, por conta dos serviços de streaming, o setor voltou a crescer – tendência que foi consolidada em 2018. O relatório aponta que a média mundial de crescimento no ano passado em comparação com 2017 foi de 9,7%, enquanto no Brasil chegou a 15,4%.
A IFPI estima que o faturamento global do setor atingiu o montante de US$ 19,1 bilhões – o Brasil, que é o décimo mercado mundial, chegou a US$ 298,8 milhões. O relatório da organização inclui as vendas físicas, qualquer tipo de faturamento gerado através da distribuição de música em meios digitais e os direitos de execução pública (produtores fonográficos e intérpretes), bem como os valores gerados pela sincronização de música gravada em obras audiovisuais e de publicidade.
O avanço do streaming seguiu sendo avassalador no último ano: no Brasil, cresceu 46% com relação a 2017, enquanto foi registrado um aumento de 34% no mundo. O número de assinantes de streaming de música subiu 45% chegando a aproximadamente 255 milhões – eram 176 milhões de usuários pelo planeta em 2017. O total do faturamento com todos os formatos da música digital chegou a US$ 11,1 bilhões, um aumento de 19,2% comparado ao ano anterior. Assim, a música digital volta a se firmar como a maior fonte de receitas do setor fonográfico mundial, representando 58% do total do mercado, compensando o declínio das vendas físicas (-10,1%) e downloads pagos (-21,2%).
Brasil a todo volume no mercado digital
Determinante para o crescimento do mercado de música digital no Brasil em 2018, assim como em praticamente todo o mundo, o streaming musical é de longe a maior fonte de receita para o segmento brasileiro de música. Por outro lado, as vendas físicas (-69%) e downloads pagos (-39%) caíram consideravelmente no país. Em 2018, o streaming gerou US$ 207,8 milhões para o setor no Brasil. Do total do streaming, US$ 151,6 milhões vêm das assinaturas mensais (crescimento de 53%) e US$ 18,8 milhões da publicidade nas plataformas de streaming de áudio operando no país (+ 25%). Já os vídeos musicais em streaming com interatividade e remunerados apenas por publicidade geraram US$ 37,3 milhões em 2018 (+ 32%). Segundo o presidente da Pro-Música, Paulo Rosa, o mercado brasileiro de música gravada vem seguindo a tendência iniciada em 2015 no mundo, de crescimento e recuperação das receitas fonográficas por conta do setor digital – no caso, o streaming de áudio e vídeos musicais.
"Apesar do cenário macroeconômico ainda delicado, com o lento processo de recuperação da economia brasileira pelo qual estamos passando, o streaming interativo, remunerado principalmente por subscrições pagas, mas também por publicidade, segue crescendo de forma consistente e contínua, na casa dos dois dígitos (46% em 2018), firmando-se como a principal fonte de receitas derivadas da distribuição de música no Brasil, a exemplo do que vem acontecendo nos principais países do mundo", apontou Paulo Rosa em nota.
10 maiores mercados de música gravada em 2018
- Estados Unidos
- Japão
- Inglaterra (UK)
- Alemanha
- França
- Coreia do Sul
- China
- Austrália
- Canadá
- Brasil