A montagem de A Viúva Alegre que a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) apresenta desta sexta (24) a domingo (26), no Theatro São Pedro, aposta na proximidade da opereta com o musical moderno.
Com duração mais curta que a ópera tradicional, números dançantes como a valsa e falas no lugar dos recitativos, a opereta parece mesmo um gênero para o nosso tempo. E o compositor Franz Lehár (1870-1948), húngaro que viveu e morreu na Áustria, foi um de seus grandes mestres.
Estreada em Viena em 1905, A Viúva Alegre se passa originalmente em um lugar chamado Pontevedro. Com a chegada da conterrânea Hanna (papel da soprano Maíra Lautert), uma viúva milionária, o Barão Zeta (o baixo-barítono Saulo Javan) tenta convencer o Conde Danilo (o baixo-barítono Daniel Germano) a seduzi-la para que a fortuna permaneça no país. Danilo, que teve em Hanna seu primeiro amor, resiste à primeira vista, mas o sentimento pode voltar a aflorar. Na versão da Ospa, a história é adaptada como se ocorresse hoje, como explica o diretor cênico William Pereira:
– Utilizamos referências do universo gaúcho, como a festa folclórica. Exatamente para suscitar uma familiaridade, uma leveza, um tom de brincadeira, jocoso e de comédia que a obra pede.
O diretor artístico da orquestra, Evandro Matté, que será o regente, explica que as dimensões físicas do teatro e o tempo reduzido de ensaio exigiram a escolha de uma ópera enxuta em número de músicos e duração. Mas garante "um espetáculo com cantores de excelente nível e com cenário e figurino impecáveis":
– A Viúva Alegre é um clássico, não podemos desmerecê-la. Musicalmente, é muito bonita. E a Ospa está tocando cada vez melhor. Quando saio da cidade e depois retorno, fico impressionado com a qualidade da orquestra.
Completam o elenco Chiara Santoro (soprano), Flávio Leite (tenor), Francisco Amaral (tenor), Ricardo Barpp (baixo-barítono) e o ator convidado Marcelo Ádams. Além da orquestra, participarão das récitas o Coro Sinfônico da Ospa e o Ballet Vera Bublitz.
Um dos paradoxos da trajetória de A Viúva Alegre é o fato de ter sido uma das obras preferidas de Hitler, embora os libretistas Viktor Léon e Leo Stein fossem judeus – assim como a esposa do compositor, Sophie, que se converteu e foi designada “ariana honorária”.
A VIÚVA ALEGRE
Nesta sexta (24) e sábado (25), às 20h30min, e domingo (26), às 17h.
Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), em Porto Alegre.
Ingressos de R$ 60 a R$ 130, à venda na bilheteria do teatro e pelo site vendas.teatrosaopedro.com.br. Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante.