Os fãs de Emicida devem se preparar para o turbilhão de emoções que vai tomar o Opinião na noite desta quinta-feira (10). Um dos principais nomes da cena rap do país, o artista vem a Porto Alegre para o lançamento do seu primeiro DVD, gravado no último 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, em São Paulo. Para se ter uma ideia do que o músico pode causar em seu público, é só dar play no vídeo da apresentação ao vivo da canção Mãe daquele show, postado no YouTube na terça-feira (8): lágrimas no rosto da plateia dão o tom do que deve ser também o encontro com os porto-alegrenses.
O registro, intitulado 10 Anos de Triunfo, remete a 2008. No dia 15 de março daquele ano, Emicida e seus parceiros promoveram uma festa para 294 pessoas, que assistiram à primeira apresentação do single que dá nome ao DVD.
– A gente vendeu o CDzinho na mão, carimbado, a R$ 3 cada cópia. Colocou em envelopes de carta – recorda o músico de 32 anos. – Vendemos todos.
Não se trata apenas de lembrar uma data importante, mas, sobretudo, de comemorar uma década de crescimento e sucessos nas mais diversas áreas. Hoje, Emicida atua em várias frentes, como em sua marca de roupas e também no papel de debatedor em um programa de televisão, o Papo de Segunda, no GNT.
– Dez anos depois, a gente pode estar numa das casas de shows mais bacanas do nosso país, com repertório autoral imenso. Tem a efeméride literal do lançamento da música. Mas também são 10 anos de uma carreira cheia de vitórias, de se manter em pé, num país difícil, por vários fatores, de poder rodar o mundo fazendo o que a gente ama. De ser um lampejo de esperança dentro de um país de tantas tristezas – analisa o rapper.
Quando lançou Triunfo, Emicida tinha apenas 22 anos, mas já compreendia o seu papel de artista da periferia e de que não poderia cometer equívocos em sua jornada. “Mas sou tudo aquilo que pensaram que ninguém seria / Se o rap se entregar, favela vai ter o quê? / Se o general fraquejar, soldado vai ser o quê? / Tem mais de mil muleque aí querendo ser eu / Imitando o que eu faço, ‘tio, se eu errar, fudeu!’”, atesta o artista na letra da música.
De lá para cá, a responsabilidade do rapper só aumentou. “Uma realidade que um dia foi sonhada”, nas palavras de Emicida.
– A gente tava sonhando com isso. Muitos dos caras do rap que vieram antes de nós foram muito responsáveis no microfone, preocupados com o que escreviam. Então a gente veio nessa mesma disciplina, nessa mesma doutrina. Vislumbrando a possibilidade de influenciar tantos moleques, a responsabilidade nunca foi uma parada com a qual a gente não lidou bem. Sempre achei que fazer rap é a maior responsa.
O músico se refere a “salvar a vida de uma pessoa que tá numa situação zuada, numa pobreza, numa maca de um hospital, numa cadeia, numa depressão”.
Mas o rap de Emicida é mais do que isso. Ele explica:
– Claro que a música não é só isso, tem também uma coisa de vida incrível. E a gente tá aqui justamente porque ela tem essa força de fazer todo mundo explodir em vida, em luz.
EMICIDA
Quinta-feira (10), às 23h.
Abertura: Coruja BC1.
Abertura da casa: 21h30min.
Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)
Classificação: 18 anos.
Ingressos: de R$ 65 (4º lote promocional, com doação de 1kg de alimento não perecível) a R$ 110 (4º lote, inteira), com 50 % de desconto para sócios do Clube do Assinante RBS. Pontos de venda: Youcom Bourbon Wallig; com taxa: Youcom (Shopping Praia de Belas, Iguatemi, Bourbon Ipiranga, Barra Shopping Sul, Shopping Total, Bourbon São Leopoldo, Bourbon Novo Hamburgo, Park Shopping Canoas e Canoas Shopping) e Multisom (Rua dos Andradas, 1.001); online: blueticket.com.br/grupo/opiniao