
Toda terça-feira, desde julho de 1999, é dia de Sarau Elétrico. Segundo a idealizadora do evento, a jornalista Kátia Suman, já foram realizadas quase 800 edições ao longo de 18 anos, completados neste mês. A chegada da maioridade será comemorada a partir desta terça-feira (11/07) em clima afetivo, pois os atuais anfitriões – Kátia, o professor Luís Augusto Fischer e o poeta Diego Grando – reúnem-se com os ex-integrantes Claudia Tajes e Claudio Moreno. A canja musical fica por conta da Orquestra Villa-Lobos.
Leia mais:
Sarau poético-musical celebra a obra de Hilda Hilst
A polêmica do "leitor sensível": autores encaram com naturalidade, mas prática ainda está distante do Brasil
Clube de assinatura de livros com sede em Porto Alegre chega aos 18 mil associados em três anos
A programação continua no dia 18, com a presença da cantora Shana Müller como convidada e canja musical, e no dia 25, com a escritora Martha Medeiros e o músico Frank Jorge – membro da primeira formação do Sarau.
A fórmula segue orgulhosamente a mesma: leitura compartilhada, à luz de velas, regada por cerveja ou vinho, intercalada por conversas informais, e a canja musical que encerra a noite. Para Kátia, é essa a graça do Sarau:
– A essência do Sarau é a mesma, não tem pirotecnia. É só leitura. E ouvir textos que foram escritos para serem lidos silenciosamente causa um estranhamento e revela certas nuanças e melodias inesperadas.
A jornalista conta que o evento foi criado sem grandes pretensões. Inspirada em um disco em que poetas beat liam textos em um bar, ela convidou Fischer e Frank Jorge para falar de literatura no ambiente informal do Ocidente. A música nunca ficou de fora: ao longo de 18 anos, participaram artistas, como Humberto Gessinger, Nei Lisboa, Vitor Ramil, Apanhador Só, Nelson Coelho de Castro e até Los Hermanos.
Uma comunidade formou-se em torno do Sarau Elétrico e dela saiu, inclusive, o último nome a entrar para o time de integrantes fixos do evento, o poeta e professor de literatura Diego Grando. Frequentador desde 1999 e apresentador desde 2013, Grando aponta que a longevidade do evento é também resistência política, sobretudo em tempos de "desmanche das políticas de cultura". Para ele, o futuro do Sarau está garantido:
– Se o Sarau Elétrico existe há 18 anos e ainda tem gente descobrindo e se surpreendendo, é sinal de que as pessoas estão dispostas a (re)descobrir e cultivar a própria cidade.
– Enquanto tivermos disposição, saúde e alegria, continuaremos nos encontrando toda semana – garante Kátia.
18 ANOS DO SARAU ELÉTRICO
Terças-feirasde julho, às 21h.
Bar Ocidente (Rua Gen. João Telles, 940).
Ingresso: R$ 15 (pagamento em dinheiro).
PROGRAMAÇÃO:
11 de julho – Claudia Tajes e Claudio Moreno são os convidados, e a canja é da Orquestra Villa-Lobos.
18 de julho – Shana Müller participa como convidada e também na canja musical.
25 de julho – Martha Medeiros, como convidada, e Frank Jorge, na canja.
Confira galeria de fotos com alguns momentos do sarau ao longo de 18 anos: