Em seu programa exibido nas noites de terça-feira no GNT, Fábio Porchat dá voz a convidados ilustres e pessoas da plateia, que contam momentos inusitados pelos quais já passaram. Mas, quando está sozinho no teatro, é o próprio Porchat quem expõe seus perrengues de viagem, afinal, vira e mexe ele está carimbando o passaporte para novas jornadas. E é aí que ocorrem situações bizarras, que vão de perseguição de um gorila na África a massagem erótica na Índia. Tudo isso o público gaúcho poderá acompanhar com a estreia do espetáculo Histórias do Porchat, que será apresentado de amanhã até domingo em Passo Fundo, Novo Hamburgo, Canoas e Caxias do Sul. Nos dias 22, 23 e 24 de novembro, ele volta ao Estado para apresentações em Santa Maria, Porto Alegre e Gramado.
A turnê estava prevista para aportar em solo gaúcho em maio, mas foi adiada em razão das fortes chuvas que atingiram o Estado. Neste momento em que ainda nos recuperamos da tragédia climática, Porchat reconhece a importância de fazer o público rir um pouco e se distrair das mazelas que vêm nos assolando nos últimos meses.
– O Rio Grande do Sul é um estado que já me recebeu muito bem nas minhas apresentações, que eu já visitei tanto, turistando, inclusive. Foi um aperto no peito pra todo mundo que estava vendo de fora, nem consigo imaginar a dor que foi pra todo mundo aí. Então, poder voltar, levar risada, alegria, é também um pouco de carinho e amor pelas pessoas que estão precisando – destaca ele, que durante o período mais crítico das enchentes, usou sua influência para pedir doações, além de também ter contribuído financeiramente.
– A gente, é claro, precisa de suporte e ajuda, mas também rir, esquecer um pouco dos problemas. E se eu puder levar isso com a minha peça, com a minha comédia, eu sinto que de alguma forma estou tentando estar junto – completa Porchat.
O começo
A primeira aparição do então adolescente Fábio Porchat foi no Programa do Jô, aos 18 anos. Na época, ele pediu uma chance para apresentar uma esquete (cena rápida de humor) de sua autoria. Aplaudido de pé pela plateia e pelo próprio Jô Soares (1938-2022), ele iniciou ali uma bem-sucedida carreira artística. De lá para cá, já foi ator, diretor, produtor, roteirista e até dublador – quem não se lembra da voz do Olaf na animação Frozen (2013)? Como um dos criadores do canal de vídeos Porta dos Fundos, dominou a internet com esquetes divertidas e polêmicas. No cinema, estrelou diversos filmes e até formou par romântico com Sandy em Evidências do Amor, lançado este ano. As indicações e prêmios conquistados em duas décadas de carreira nem caberiam nesta página. Mas, afinal, o que o Fábio de 41 anos diria para aquele Fábio de 18?
– Olha, se eu pudesse voltar no tempo, eu falaria: "Faça exercícios físicos regularmente. Eu sei que é chato, mas faz a diferença adiante, quando você tiver uns 40" (risos).
Polêmicas
Se no passado, Fábio Porchat chegou a ser criticado por suas falas a respeito dos limites do humor, depois de reconhecer seus erros e pedir desculpas, ele adota uma postura mais ponderada:
– A comédia, assim como qualquer outro estilo, está sujeita à Constituição Brasileira. Pode-se fazer piada com tudo e com todos, mas não pode ser criminoso. Pode ser que você faça uma piada que seja ruim, que desagrade, que passe do ponto. No fim das contas, o inimigo da comédia é a falta de riso. Se ninguém riu, a gente para de fazer.
Sucesso na TV
No ar há cinco anos, o Que História é Essa, Porchat? coleciona narrativas inesquecíveis, como a de Fernanda Torres "totalmente drogada" ou da saga da depilação de Dani Calabresa. O apresentador já recebeu grandes nomes da dramaturgia, da música e do jornalismo, mas ainda tem sua lista de "sonhos de consumo".
– Eu queria muito receber o Faustão, queria muito receber William Bonner, Ana Maria Braga, Leonardo, Luan Santana, tem muita gente boa ainda pra ir. Tatá Werneck é um sonho distante, eu já perdi as esperanças, mas um dia ela vai acertar as contas comigo, no juízo final, Deus vai cobrar – brinca Porchat sobre inúmeros convites feitos à amiga.
Para receber todos esses convidados, só falta conciliar as agendas. No entanto, há artistas que já se foram e que, certamente, teriam boas histórias pra contar.
– Eu amaria ter o Costinha (1923-1995) contando piada, a Nair Bello (1931-2007) e o Rogério Cardoso (1937-2003). São três que seriam brilhantes. E o (Ronald) Golias (1929-2005).
Quem já se diverte com o comediante na televisão e na internet pode se preparar para conhecer casos ainda mais engraçados em Histórias do Porchat.
– Eu já viajei pelo Brasil e pelo mundo com o espetáculo. Estou chegando pela primeira vez no Sul e acho que o povo vai dar bastante risada das minhas presepadas. No fim das contas, a gente gosta é de rir da desgraça dos outros. Eu viajando, perdendo voo, gorila partindo pra cima de mim, a massagem erótica na Índia, vai ser divertido. A gente fez essa contagem, e tem uma risada a cada 10 segundos na peça, e isso realmente é muito legal – garante.
SERVIÇO
05/09 – Passo Fundo (Gran Palazzo)
/// Horário: 21h
/// Ingressos: a partir de R$ 60,00 (meia-entrada), à venda pelo site minhaentrada.com.br e no local.
06/09 – Novo Hamburgo (Teatro Feevale)
/// Horário: 21h
/// Ingressos: A partir de R$ 60,00 (meia-entrada), à venda pelo site blueticket.com.br e no local.
07/09 – Canoas (Centro de Eventos ParkShopping)
/// Horário: 21h30min
/// Ingressos: a partir de R$ 70,00 (meia-entrada), à venda pelo site minhaentrada.com.br e no local.
08/09 – Caxias do Sul (Teatro UCS)
/// Ingressos: A partir de R$ 75,00 (meia-entrada), à venda pelo site minhaentrada.com.br e no local.
/// Primeira sessão – 19h (esgotada)
/// Sessão extra – 16h30min
* Todas as apresentações têm a opção de ingresso solidário, que recolherá contribuições para os atingidos pelas cheias no Estado.