Com casas de show, teatros e outros espaços voltados para eventos fechados em função da enchente do mês de maio, o Rio Grande do Sul vive um momento de reconstrução para quem trabalha neste setor. Um relatório, apresentado na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado, mostrou um panorama dos impactos da enchente para o setor cultural gaúcho e os números são bastante significativos: 242 eventos foram cancelados ou adiados e, somente em Porto Alegre, 86 espaços com atividades ou com acervo cultural foram afetados fisicamente pelas chuvas.
Líder do mercado e utilizada por muitos produtores de eventos gaúchos, a plataforma Sympla, voltada para gestão dessas iniciativas, tem investido em diferentes frentes para seguir fomentando o mercado no Estado. De acordo com o diretor de estratégia e negócios da empresa, João Kitsis, além do time da Sympla em Porto Alegre, que teve colaboradores afetados, houve uma preocupação com os produtores, fornecedores e também usuários da plataforma no Rio Grande do Sul.
– Com nossos colaboradores, oferecemos linhas de apoio financeiro e emocional. Um dos primeiros movimentos da Sympla para colaborar com o Rio Grande do Sul se deu ainda nos primeiros dias após o início da enchente, quando a empresa apoiou a Humus, associação que atua em desastres relacionados a eventos naturais extremos em todo o mundo e que trabalhou no resgate às vítimas. Depois, surgiram várias demandas de empresas e produtores querendo montar eventos de apoio ao Rio Grande do Sul. Incentivamos isso com o Ajuda RS, que é uma coleção dentro do nosso site e aplicativo voltada para essas propostas – conta.
Por se tratar de uma plataforma em que qualquer um pode criar o seu evento, desde grandes produtores, de abrangência nacional, até o indivíduo comum que deseja produzir um evento pequeno, a Sympla precisou encontrar formas para apoiar de maneiras mais assertivas cada um desses perfis. Atualmente contando com mais de 50 mil eventos simultâneos ativos, um dos eventos que contou com o apoio da Sympla foi o show Fresno apresenta Recomeço, que reuniu artistas gaúchos no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre.
– Junto aos pequenos produtores, percebemos que temos um papel social muito importante. Muitos deles usam a Sympla para complementar a renda ou mesmo como principal fonte financeira. Uma amostra da resiliência do povo gaúcho é que esses projetos estão voltando quase a patamares pré-desastre. Queremos apoiar essa comunidade para voltar a sua normalidade e voltar a ter suas receitas e compartilhar conteúdo e conhecimento – explica Kitsis.
Com o propósito de conectar as pessoas a experiências únicas, a plataforma Sympla já realizou mais de 2,2 milhões de eventos e atendeu mais de 356 mil produtores em 4 mil cidades durante seus 12 anos de atuação. Para eventos gratuitos, nenhuma taxa é cobrada do produtor. Já para eventos pagos, existe a cobrança de 10% do valor do ingresso, mas, pensando na retomada pela qual passa o Rio Grande do Sul, essa taxa tem sido negociada, inclusive para favorecer a cadeia de colaboradores envolvidos nas iniciativas.
– Para casos como o do Araújo Vianna, nos preocupamos como alguns espaços vão executar as reformas necessárias para voltarem a funcionar. Estamos conversando com nossos parceiros para encontrar formas de apoiar essa reconstrução. A própria reorganização dos eventos é um caminho para garantir a volta desses espaços. Por isso, flexibilizamos alguns prazos e ajudamos em processos de adiamento, por exemplo. Também apoiamos medidas públicas na região para melhorar a situação do setor – lembra o diretor.
Kitsis ainda destaca a importância dos eventos para toda a sociedade gaúcha, especialmente após catástrofes.
– O consumidor do Rio Grande do Sul vê com muito bons olhos a sua relação com os eventos e investe neste setor. Esse interesse fundamenta um retorno mais rápido – avalia.