Hollywood começa a sentir o impacto da greve dos roteiristas. A série Stranger Things, da Netflix, e o filme Blade, da Marvel, estão entre as primeiras produções afetadas pela paralisação.
A greve foi anunciada na terça-feira (2) pelo setor, que exige uma compensação financeira maior em seus contratos com os serviços de streaming. Na reivindicação, os profissionais pedem direito a parte maior dos lucros, de acordo com as performances das produções, e esperam deixar de receber apenas um valor fixo anual por seus serviços, como tem ocorrido.
O sindicato dos roteiristas, o Writers Guild of America (WGA), afirmou nas redes sociais que a paralisação foi pauta de votação da instituição, que decidiu a favor da iniciativa. Antes, houve uma tentativa de negociação com os estúdios, que não cederam às exigências do setor. Em comunicado, o sindicato se manifestou: "As respostas dos estúdios às nossas propostas foram totalmente insuficientes, dada a crise existencial que os escritores estão enfrentando".
A suspensão das filmagens da última temporada de Stranger Things foi anunciada por seus criadores, Matt Duffer e Ross Duffer, no Twitter. "Duffers aqui. A escrita não para quando as filmagens começam. Embora estejamos ansiosos para iniciar a produção com nosso incrível elenco e equipe, não é possível durante esta greve", escreveram na rede social.
Blade, filme que traz uma nova versão da história já conhecida, desta vez estrelada pelo ator americano Mahershala Ali, também foi pausado pela Marvel, de acordo com informações do site Hollywood Reporter.
Em quase uma semana de interrupção dos trabalhos, já há prejuízos para o programa Saturday Night Live, a série Billions e alguns talk-shows, que recorrem a reprises durante o período.
Não é a primeira vez que a categoria para em reivindicação por melhores condições. Há 15 anos, o setor interrompeu suas atividades por cem dias, provocando um impacto de US$ 2,1 bilhões no ramo e diversos atrasos em cronogramas de produções cinematográficas.