O ator Benedict Cumberbatch, que sempre lamentou alguns detalhes condenáveis da história de sua família, agora pode ter um prejuízo financeiro se for condenado pelo histórico escravagista de seus antepassados em Barbados, na América Central. Há a possibilidade de o britânico de 46 anos ter de pagar uma indenização aos descendentes dos escravos comprados para as plantações de algodão e açúcar dos séculos 18 e 19. Entre os donos destas plantações encontram-se familiares do ator.
— Todos os descendentes de proprietários de plantações brancos que se beneficiaram do tráfico de escravos devem pagar indenizações, incluindo a família Cumberbatch — afirmou o secretário-geral do Movimento das Caraíbas pela Paz e Integração, David Denny, ao jornal The Telegraph.
A decisão foi tomada pelo governo de Barbados que, nos últimos meses, criou uma comissão para que se reparem os danos causados pelas famílias proprietárias das plantações e de escravos.
Segundo o The Telegraph, o sétimo bisavô do ator, Abraham Cumberbatch, comprou a plantação Cleland em St Andrew, Barbados, em 1728, que tornou-se o lar de 250 escravos até que a escravidão foi abolida mais de 100 anos depois.
A escravatura foi abolida em 1834 e o governo britânico ofereceu uma compensação aos proprietários que perderam as suas terras, tendo a família Cumberbatch recebido, na época, 6 mil libras, um valor que, atualmente, segundo cálculos feitos pelo jornal The Telegraph, chegaria a € 1,1 milhão (cerca de R$ 6,3 milhões).
O ator falou publicamente sobre a história escravista de sua família pela primeira vez em 2009, após atuar em Jornada pela Liberdade (2006), que retrata a batalha para abolir a escravidão na Grã-Bretanha.
Na época que estava promovendo o filme, o ator disse ao The Daily Mail que viu o trabalho como uma "espécie de pedido de desculpas" pelo papel de sua família no tráfico de escravos. Além disso, ele revelou que sua mãe uma vez o aconselhou a não usar o sobrenome da família profissionalmente.