O ministro da Cidadania, Osmar Terra, assinou nesta segunda-feira (6) a cota de tela, isto é, a regra que obriga cinemas brasileiros a exibirem um percentual de filmes nacionais todo ano.
A decisão vem no rescaldo da controvérsia envolvendo a estreia de Vingadores: Ultimato, que ocupou mais de 80% das salas em sua estreia, no fim do mês passado.
Procurada pela reportagem, a assessoria do ministro confirmou a assinatura da cota, mas não informou quais serão os seus valores, isto é, qual será o número mínimo de dias em que as salas do país serão obrigadas a exibir produções locais. A regra deve ser publicada no Diário Oficial da União ainda nesta semana.
Sempre no mês de dezembro, um decreto é publicado discriminando os valores da cota que terão de ser observados no ano seguinte. Regulada por uma medida provisória de 2001 e válida por 20 anos, a regra determina multa de 5% sobre a receita bruta média diária da sala para cada dia que descumprir essa estipulação.
Em 2018, contudo, o decreto deixou de ser publicado, o que permitiu que blockbusters estrangeiros como Vingadores: Ultimato estreassem no Brasil em porcentagens recordes. O filme nacional De Pernas pro Ar 3, por exemplo, foi tirado de cartaz em diversos cinemas a despeito dos seus resultados.
Na última sexta-feira (3), a controvérsia envolvendo o lançamento do filme de super-herói fez com que a Agência Nacional do Cinema (Ancine) convocasse uma reunião com exibidores para tratar do tema.
O encontro, contudo, ficou mais notabilizado por um bate-boca entre o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto e o presidente da agência, Christian de Castro, envolvido num imbróglio com o Tribunal de Contas da União.