O anúncio dos filmes que concorrem pelas estatuetas do Oscar é o momento em que gera debate entre os cinéfilos a respeito dos títulos mais competentes. Com a lista de indicados divulgada na terça-feira (22), a hora é de apontar aquelas produções e nomes que agradaram público e crítica, mas que tiveram pouca ou nenhuma atenção da Academia e Artes e Ciências Cinematográficas .
Até a cerimônia de entrega das estatuetas, no dia 24 de fevereiro, vale apontar filmes e atuações que geraram expectativa para o Oscar, mas não passaram pelo crivo da Academia.
Timothée Chalamet, de Querido Menino
Galã ainda mirim de um cinema chamado de autor, o ator franco-americano de 23 anos foi super badalado no Oscar 2018 —chegou a ser indicado na categoria melhor ator pela atuação em Me Chame Pelo Seu Nome. Nesta edição, foi ignorado. Seu trabalho em Querido Menino, que ainda não estreou no Brasil, em que interpreta o filho problemático de um homem sensível (Steve Carrell), foi lembrado no BAFTA, o prêmio britânico, em que concorre como ator coadjuvante.
Emily Blunt, de O Retorno de Mary Poppins
Ela cantou, dançou e interpretou na continuação do clássico estrelado em 1964 por Julie Andrews. Tanto que a veterana do cinema (Julie também foi a Noviça Rebelde) se recusou a aceitar a missão de gravar o remake justamente por ser fã de Emily Blunt e acreditar em seu potencial. Não foi dessa vez para a novata — passou longe de ser indicada a melhor atriz, talvez ofuscada por Lady Gaga, que também canta e atua em Nasce Uma Estrela.
Um Lugar Silencioso, de John Krasinski
Também estrelado por Emily Blunt, o filme de terror foi bem recebido por fãs do gênero, mas passou batido nas indicações do Oscar 2019. John Krasinski, da série The Office, dirigiu e atuou em sua própria produção, o que o fez se destacar como realizador. O filme arrecadou boas críticas e bom público, mas não decolou. Foi indicado em uma categoria tímida: melhor edição de som.
Se a Rua Beale Falasse, de Barry Jenkins
A expectativa era de que o novo filme do diretor de Moonlight - Sob a Luz do Luar emplacasse várias indicações, mas foi considerado o grande ignorado da lista dos concorrentes ao Oscar. Com a trama de uma mulher grávida que luta contra o racismo, Se a Rua Beale Falasse levou apenas três indicações, todas pouco importantes: atriz coadjuvante, trilha sonora e roteiro adaptado.
Toni Collette, de Hereditário
Outro filme de terror que tinha tudo para ganhar destaque foi esta trama em que Toni Collette interpreta uma mulher que, ao perder sua mãe, passa a sofrer de misteriosas perturbações. Hereditário foi encarado como uma produção que eleva o o conceito do gênero de terror, além de ter sido comparado a clássicos como O Exorcista e O Iluminado. Também foi esperado que desse a Toni Collette o que ela merece: ao menos uma indicação como melhor atriz.
No Coração da Escuridão, de Paul Schrader
Aclamado roteirista de cinema, Paul Schrader, que assina as tramas de Taxi Driver (1976), Touro Indomável (1980), Gigolô Americano (1980), e A Última Tentação de Cristo (1988), colocou-se na disputa com mais uma trama em que evidencia grandes crises existenciais de personagens masculinos. Em No Coração da Escuridão, Ethan Hawke é um pastor que se vê com sentimentos dúbios quando conhece uma jovem mulher. Tudo acaba sendo transmitido a um diário, em que ele escreve compulsivamente. Apesar de o filme ser bem avaliado, o Oscar não deu a Schrader a possibilidade de ser reconhecido como diretor — apenas acabou confirmado sua vocação: ele foi indicado apenas na categoria de melhor roteiro original.