Em um ano em que as bilheterias de filmes nacionais tiveram um aumento de público em comparação a 2017, nada melhor do que boas risadas. Minha Vida em Marte, que estreia nesta terça-feira (25) em cerca de 800 salas de todo o país, chega com a missão de abrir 2019 com bons números. Ao que tudo indica, isso será alcançado sem maiores esforços. A produção estrelada por Mônica Martelli e Paulo Gustavo é um grande festival de humor, mesmo lidando com o drama do término de um casamento, e deve arrastar uma legião de fãs fiéis da dupla aos cinemas.
No longa-metragem dirigido por Susana Garcia (irmã de Mônica), que também assina o roteiro com Emanuel Aragão, Julia Lordello e com os próprios protagonistas, Martelli dá continuidade à história de Os Homens São de Marte... E É pra Lá que Eu Vou, que levou 1,9 milhão de pessoas aos cinemas em 2014 e rendeu três temporadas de um seriado exibido pelo canal pago GNT. Antes de chegar às telas de cinema, o espetáculo Minha Vida em Marte foi visto por mais de 100 mil espectadores em 2017 em teatros de mais de nove estados.
Desta vez, a protagonista Fernanda (Martelli) vive uma crise com o marido Tom (Marcos Palmeira), levando à separação. Todo o dilema do término ganha ares mais leves com a presença do sócio de Fernanda, Aníbal (Paulo Gustavo), que irá ajudá-la na superação.
Em toda a sua duração, o filme se assemelha muito a um show de stand-up, com os dois atores principais aparecendo em cena mais como eles mesmos do que como os personagens. As piadas devem agradar a boa parte do público, mas estão longe de amarrar um roteiro consistente. Em alguns momentos, discute o empoderamento feminino, mas é limitado. Ou seja, trata-se de um entretenimento descompromissado.
Entre surpresas e polêmicas
O cinema nacional viveu um paradoxo em 2018. O público de filmes brasileiros teve um aumento de 35%, chegando a 21,4 milhões de pessoas. No entanto, o recordista do ano, Nada a Perder, cinebiografia do bispo Edir Macedo, foi alvo de polêmicas. O longa registrou mais de 12,1 milhões de ingressos vendidos, mas milhares de salas foram vistas sem presença de espectadores mesmo com as poltronas comercializadas.
Além disso, filmes adolescentes como Fala Sério, Mãe e Tudo Por um Popstar surpreenderam em suas bilheterias, levando mais de 3,2 milhões e 1,2 milhão de pessoas aos cinemas, respectivamente. Os números atingidos pela comédia Os Farofeiros, com Paulinho Gogó, também entram no balanço positivo do cinema nacional: foram 2,7 milhões de ingressos vendidos.
No entanto, duas produções que tinham esperança de serem sucesso de espectadores – por serem estreladas por Leandro Hassum – tiveram números abaixo do esperado: O Candidato Honesto 2 teve 560 mil espectadores, e Não se Aceitam Devoluções, 290 mil.
Filmes estrelados por Paulo Gustavo
Filme Espectadores
Minha Mãe é uma Peça 2 (2016) 9.2 milhões
Minha Mãe é uma Peça (2013) 4,6 milhões
Vai que Cola – O Filme (2015) * 3,3 milhões
Os Homens São de Marte... E É pra Lá que Eu Vou (2014) ** 1, 9 milhão
* Com Mônica Martelli no elenco
** Protagonizado por Mônica Martelli, também roteirista do longa