A atriz paraense Dira Paes foi homenageada na noite desta sexta-feira (25), no 45º Festival de Cinema de Gramado. A artista de 48 anos recebeu o Troféu Oscarito no palco do Palácio dos Festivais. O prêmio é entregue desde 1991 para grandes atores e atrizes do cinema brasileiro. É a segunda vez que Dira é homenageada no Festival: em 2009, ela recebeu o troféu Cidade de Gramado.
Em seu discurso, Dira mandou um recado ao presidente Michel Temer e ao ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.
– Eu peço, em nome da classe artística, do audiovisual brasileiro, que tanto o ministro da Cultura e o presidente da República possam pensar e discutir políticas audiovisuais com os profissionais do audiovisual brasileiro. Nós sabemos o que é bom para o cinema do país – declarou.
Leia mais:
"Bio" é lançado no Festival de Cinema de Gramado
Atriz argentina Soledad Villamil é homenageada em Gramado
Com discurso da filha, Antônio Pitanga recebe troféu no Festival de Cinema
Quem convocou Dira ao palco foi a atriz Araci Steves, caracterizada como Anahy, protagonista do filme Anahy de las Missiones (1997). Encarnando a personagem, Araci chamou pela homenageada por "Luna", nome do papel de Dira no longa.
Em seu discurso, a atriz falou sobre como o cinema faz parte de sua vida:
– Eu, como atriz, o que é ter esse prêmio nas mãos, diante de tantos ídolos, que fazem o cinema brasileiro? Quantas vezes estive na plateia e aplaudi todas essas pessoas que me inspiram. Eu devo tudo ao cinema brasileiro, que nunca terminou de me criar e me apresentou pessoas que viraram referência do que é minha personalidade hoje. Me inspirou como um norte a ser seguido. Virou quase uma obsessão.
Dira destacou que viveu no Rio Grande do Sul momentos únicos em seus trabalhos, que ocorreram logo após um momento de desesperança.
– Foram momentos da retomada do cinema brasileiro. Quando terminou a Embrafilme (1990), eu achei que fosse virar professora de arte. Mas depois teve a retomada e percebi que aqui eu ia passar o resto da minha vida no cinema, que me deu tudo – relatou.
Com 33 anos de carreira e mais de 40 filmes no currículo, Dira se destacou em obras como Corisco & Dadá (1996), Amarelo Manga (2002), 2 Filhos de Francisco: A História de Zezé di Camargo & Luciano (2005), entre outras. No Rio Grande do Sul, ela atuou em Anahy de las Misiones (1997), Noite de São João (2003) – que lhe rendeu um Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante – e Meu Tio Matou um Cara (2004). Dira também faturou um Kikito de Melhor Atriz pelo curta-metragem Ribeirinhos do Asfalto (2010).
Na televisão, ela interpretou personagens que caíram nas graças do público como a Solineuza da série A Diarista (2004-2007), Norminha em Caminho das Índias (2009) e Celeste em Amores Roubados (2014).