Marcelo Perrone
Um dos filmes mais comentados na disputa pela Palma de Ouro no Festival de Cannes 2017, Okja estreia nesta quarta-feira na Netflix sem ter sido exibido nos cinemas. E foi essa particularidade a razão da controvérsia em torno da produção sul-coreana bancada pela plataforma de serviço por streaming que tem mais de 100 milhões de assinantes no mundo. Em décadas passadas, longas-metragens produzidos especificamente para a televisão, chamados telefilmes, costumavam ser produções de segunda linha, com exceções pontuais como o Encurralado (1971) de Steven Spielberg. Produções como as do canal HBO, que decidiu apostar no formado atraindo diretores e astros prestigiados, apontaram um caminho que agora é seguido pela Netflix. A diferença é que a Netflix, por sua natureza, parece não ver mais sentido em delimitar o que é televisão e o que é cinema.