A década de 1990 mal nascia quando Johnny Depp estourou mundialmente com o fenômeno Edward Mãos de Tesoura (1990), de Tim Burton. Depois do filme no qual deu vida a um jovem solitário que tinha lâminas metálicas no lugar das mãos, Depp e o diretor voltaram a trabalhar juntos em outras sete produções, estabelecendo uma das mais consagradas parcerias do cinema contemporâneo. Ainda assim, nenhum personagem marcou a trajetória do ator mais que o pirata Jack Sparrow, que retornou aos cinemas na última quinta-feira em Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar.
Mesmo acumulando alguns filmes de boa repercussão entre críticos e público, o lançamento de A Maldição do Pérola Negra (2003) foi um divisor de águas em sua carreira. Além dos US$ US$ 654 milhões arrecadados pela produção em bilheterias (cerca de R$ 2,1 bilhões na cotação atual), Depp recebeu sua primeira indicação ao Oscar. Um ano depois, longe da peruca e de toda maquiagem que compõem o visual de Sparrow, voltou a concorrer como melhor ator da Academia por Em Busca da Terra do Nunca (2004), de Marc Forster.
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O sucesso da franquia Piratas do Caribe (faturou R$ 12 bilhões em quatro filmes) não foi suficiente para estabilizar Johnny Depp como um dos nomes mais respeitados de Hollywood. Entre boas atuações – disputou o Oscar novamente por Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007) –, vem apresentando trabalhos contestados, como O Turista (2010), ao lado de Angelina Jolie. Em 2013, estrelou O Cavaleiro Solitário, longa-metragem dos estúdios Disney que, de acordo com o Financial Times, deixou um rombo de aproximadamente US$ 100 milhões nos cofres da empresa. Somam-se à lista dos pouco elogiados a ficção-científica Transcendence – A Revolução (2014) e o policial Mortdecai – A Arte da Trapaça (2015).
Um dos pontos mais altos de Johnny Depp na última década deu-se em Aliança do Crime (2015). Sob forte caracterização, o ator encarnou o gângster norte-americano James "Whitey" Bulguer e voltou a chamar a atenção positivamente, fugindo da onda de recentes fracassos.
Em 2016, o momento negativo de Depp chegou à vida pessoal: o astro foi acusado de agredir a esposa Amber Heard, que pediu o divórcio. Meses depois, foi divulgado um vídeo gravado por Amber no qual o ex-marido aparecia aparentemente alcoolizado, enchendo uma taça de vinho e batendo nos móveis da cozinha. Ao perceber que estava sendo filmado, Depp tomou o celular e a gravação foi interrompida.
A Vingança de Salazar pode não ser o responsável por recolocar Johnny Depp no caminho das produções aclamadas pela crítica, mas a expectativa é que conserte outro problema que veio à tona no início deste ano: o financeiro. De acordo com a empresa que administra suas finanças, os gastos desmedidos do astro o deixaram à beira da ruína.
Segundo a empresa The Management Group (TMG), que apresentou uma ação contra Depp em Los Angeles por uma dívida que não foi paga, o ator Depp gastava aproximadamente US$ 2 milhões por mês ao longo dos últimos 20 anos. Além disso, pagou US$ 75 milhões por 14 propriedades, incluindo um castelo francês em uma área de 18 hectares, ilhas nas Bahamas, várias casas em Hollywood, penthouses e lofts no centro de Los Angeles e uma fazenda para criar cavalos em Kentucky.
PIRATAS DO CARIBE - A VINGANÇA DE SALAZAR (Pirates of the Caribbean)
O pirata Jack Sparrow deve encontrar o Tridente de Poseidon para controlar o mar e vencer seu inimigo, o capitão Salazar. Com Johnny Depp e Javier Bardem. Aventura, 12 anos. De Joachim Ronning e Espen Sandberg. EUA, 2016, 128min.
Onde assistir: Arcoplex Boulevard, Arcoplex Rua da Praia, Cine Victoria, Cineflix Total, Cinespaço Wallig, Cinemark Barra, Cinemark Ipiranga, Espaço Itaú, GNC Iguatemi, GNC Lindoia e GNC Praia de Belas
