Documentários sobre a natureza e a vida selvagem são produzidos aos montes e a todo o momento em diferentes partes do mundo. Ninguém os faz com a excelência da BBC ou, um estreito degrau abaixo, a National Geographic, em criatividade, recursos e desafios técnicos e humanos. O brasileiro Lawrence Wahba atua há anos nesse segmento e alcançou reconhecimento internacional como mergulhador, cinegrafista submarino, apresentador e produtor de documentários. Wahba agora apresenta nos cinemas seu projeto mais ambicioso. Todas as Manhãs do Mundo, em cartaz nos cinemas, tem origem na série de televisão homônima que ele produziu para o canal NatGeo em 2015.
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À frente de uma equipe multinacional, o brasileiro percorreu diferentes regiões do planeta para destacar o papel do sol e da água como mananciais de vida e morte. Para isso, deu voz e um texto dramatúrgico a esses elementos, interpretados respectivamente pelos atores Aílton Graça e Letícia Sabatella.
Se as jornadas de Wahba por lugares como as planícies congeladas do Ártico, o deserto do México, as savanas da África, as florestas do Canadá e os corais da Indonésia produzem imagens recorrentes, destaca-se no filme sua incursão pelo Pantanal brasileiro, ecossistema que se transforma com o chamado ciclo das águas e apresenta em sua rica fauna onças, jacarés e ariranhas, animais seguidos com impressionante intimidade na lida pela sobrevivência.
Em meio à luta épica de animais pela sobrevivência, nos papeis de caça e caçador, Todas as Manhãs do Mundo ressalta a figura do bicho homem como o maior inimigo da biodiversidade, dado o seu protagonismo na degradação do meio-ambiente e na exploração predatória dos recursos naturais do planeta.
Todas as Manhãs do Mundo
De Lawrence Wahba e Tatiana Lohman. Documentário, Brasil, 2016, 84min.
Em cartaz no Espaço Itaú 8, às 14h e 19h40min.