
A praça se chama General Osório desde 17 de julho de 1866, mas quase todo mundo continua chamando de Pracinha do Alto da Bronze. Um ano antes, a Cia. Hidráulica Porto-Alegrense decidiu que deveria instalar nela um chafariz para abastecer a população de água potável. Mas o terreno, ainda baldio, entre a Rua da Igreja (atual Duque de Caxias) e a Rua do Arvoredo (atual Cel. Fernando Machado), era privado e pertencia ao herdeiro João Soares de Paiva, que residia no Rio de Janeiro e que exigiu uma valor muito alto para vendê-lo. A Câmara pediu auxilio à Presidência da Província (governo do Estado), e o presidente de então, o Visconde da Boa Vista, por ato, declarou a área de utilidade pública, mandando proceder a sua desapropriação.
Segundo o historiador Pereira Coruja (1806-1889) registra no livro Antigualhas, com crônicas suas escritas a partir de 1880, o local teve outras denominações. Foi conhecido como Alto do Manoel Caetano, Alto do Senhor dos Passos e Alto da Conceição, antes de se consolidar como Alto da Bronze, que se perpetuou na tradição da Capital. Coruja escreveu: “Quem indo pela Rua da Igreja para os lados do Arsenal e tivesse passado os Pecados Mortais, que hoje têm a placa de General Bento Martins, subindo para o alto que já se chamou do Manoel Caetano, do Senhor dos Passos, da Conceição, e hoje com a placa do General Osório, encontraria à direita uma meia dúzia de casas de porta e janela, em uma das quais morava uma mulher que alguém me disse que se chamava Felizarda, mas que só era conhecida por ‘não sei quê’ de Bronze, e que, por decência, só era chamada Bronze, nome que foi dado àquele lugar por ser ela a figura mais notável do bairro”.
O senador Mem de Sá (1905-1989), em suas memórias, refere que seria “C* de Bronze” o verdadeiro apelido completo dessa mulher de vida airada, personagem da antiga Porto Alegre.
Nsse recanto do Centro Histórico, meu avô, o calabrês Natale Di Leone, viveu com sua família durante praticamente a vida toda. Na metade do século 20, ali, no número 22 da Rua Duque de Caxias, ele foi proprietário do Açougue Di Leone, nome cautelosamente alterado para Açougue Duque de Caxias, em função das perseguições a imigrantes alemães e italianos no período da guerra.