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No último dia 5 de fevereiro, uma quarta-feira, o Almanaque Gaúcho descreveu, resumidamente, a saga da construção da primeira casa de Xangri-lá, na localidade do Litoral Norte então chamada de Capão Alto. Em 1953, o empresário Oscar Boz, dono de uma malharia em Caxias do Sul, ergueu sua casa de veraneio sobre a areia de uma planície deserta na orla do Oceano Atlântico.
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O antigo chalé continua plantado, em bom estado de conservação, na esquina das ruas Jacuí e Rio Forqueta, e ainda abriga os descendentes da mesma família de veranistas. Maria Elena e seu marido, Vitor Mora (ela filha e ele genro de Oscar) passaram as últimas temporadas de verão com seus filhos Vinicius (42 anos) e Maurício (40) na propriedade identificada, por uma placa pendurada no alpendre, como “A Pioneira”.
Maria Elena (68) e seus irmãos Eduardo (70) e Maria Luiza (73) também desfrutaram seus alegres dias de infância na mesma casa de praia. Ainda nos anos 1950, chegaram os primeiros vizinhos, como a família da Hugo Iserhart, de Santa Cruz do Sul, que fez uma residência na esquina ao lado. Também seguem ali os descendentes de Hugo, como o casal Marlene e Milton. Hugo e sua mulher, Hercília, tiveram os filhos Elaine, Jaime, Diane, Marlene e Hugo (in memorian).
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Estes, e depois seus filhos, também passavam as férias no balneário. Eles se lembram da época em que ainda havia lagoas junto aos cômoros na beira do mar. Recordam também de como foi importante a construção do Hotel Termas Xangri-lá (cujo nome acabou por batizar o município), onde frequentavam as quadras de esportes e, à noite, a boate. Oscar Boz, o pioneiro, morreu no ano passado, em outubro, aos 99 anos.
Ele deixou um livro autobiográfico cujo título é “Tecendo Memórias”, dedicado a “todas as pessoas que encontrei nos meus 90 anos de vida. Aos meus amigos, filhos, noras, genros, netos e bisneta”.
E segue a vida.