A foto é da festa de casamento da professora santa-mariense Marli da Rosa Gass com o primeiro-tenente do 7º Regimento de Infantaria Edile Lamartine Matte, natural de Porto Alegre, realizada em 30 de junho de 1956, quando o bolo foi fatiado pela espada do noivo. Portanto, daqui a 18 dias, o casal vai celebrar 61 anos de união.
Hoje, Dia dos Namorados, talvez seja oportuno oferecer aos jovens casais, que, suponho, estão projetando uma vida em comum, a palavra sábia da mulher madura e experiente que, no passado, foi aquela moça cheia de expectativas e confiança que aparece vestida de branco na imagem de seis décadas atrás.
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No dia 25 do último mês de maio, Marli foi convidada a falar num curso sobre casamento na velhice e, para tal, fez algumas anotações: "Após tantos anos de convívio, viver o casamento na velhice não é o mais difícil ou complicado, ao contrário, pois muitas etapas já foram vencidas, o casal já se conhece profundamente, comungou de muitos momentos especiais, formou uma família oriunda da sua união e, sabendo que estão vivendo o último tempo da sua longa vida em comum, observam o resultado dos frutos que plantaram, das dificuldades que juntos atravessaram. Então, envelhecer torna-se uma bênção prazerosa, amorosa, a qual deve ser louvada, todos os dias, por terem chegado à velhice de mãos dadas e terem conseguido usufruir uma existência harmoniosa e gratificante".
Ela aposta num triângulo, em cujo vértice superior está o amor, e na base estão a parceria e a confiança: "O amor solidificado pelo tempo e raízes profundas. A parceria pela conjunção de interesses. A confiança, adquirida pela longa convivência, transforma-se numa respeitosa e terna amizade". Certos casais acabam muito parecidos, pois há uma fusão. Não precisam exteriorizar seu sentimento, pois um pressente, pela tonalidade da voz, pelo olhar, por um gesto, por uma única palavra, o que o outro quer, o que sente e o que prefere, afirma ela. Para finalizar seu depoimento, a professora deseja que os casais "repensem seus ímpetos, os seus atos, a sua compreensão e doação amorosa ao parceiro, para melhor viverem sua maturidade, com dignidade, tolerância, sabedoria e muito amor".
Recomendações de quem garante desfrutar "um casamento compartilhado, amoroso e... feliz".
Colaborou Helena Marai Arenson-Pandikow, sobrinha e admiradora do "exemplar casal" Edile e Marli