O Rio Grande do Sul tem, nesta quinta-feira (1º), mais um dia com queda no número de pacientes com covid-19 internados em leitos clínicos. No fim da tarde, havia 3,7 mil pessoas nesses leitos de baixa e média complexidade.
Apesar da redução, ela não ocorre na mesma velocidade com que, semanas atrás, se deu a subida. Ou seja, o sistema hospitalar lotou muito rapidamente, mas agora esvazia com lentidão.
O pico desse indicador foi registrado em 12 de março, com 5,4 mil pacientes com covid-19 internados em leitos clínicos. A queda, ao longo dessas três semanas, foi de 31%.
Para comparação, nas três semanas que antecederam o ápice, quando a curva ainda estava em ascensão, o aumento foi de 191%. Três semanas anteriores ao pico, o Estado registrava 1,9 mil pacientes com a doença em leitos clínicos.
A epidemiologista Lúcia Pellanda explica que a queda nas internações é proporcional às medidas que foram adotadas semanas atrás, com fechamento de parte das atividades essenciais e adesão parcial da população. De acordo com a epidemiologista, como não houve uma parada total na circulação das pessoas, também não há agora uma queda brusca nas contaminações e internações.
— A redução de internações é coerente com a redução de mobilidade que ocorreu no Rio Grande do Sul, e coerente com a redução no número de casos. Diferentemente do que fez Portugal, não temos no Rio Grande do Sul o mesmo rigor nas medidas, nem a mesma adesão da população. Assim, não conseguimos interromper a transmissão, conseguimos apenas amenizar. É cedo para sairmos do perigo, precisamos manter cuidados — explica a epidemiologista, que é também reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Veja abaixo o comportamento recente da curva de pacientes com covid-19 internados em leitos clínicos no Estado. O gráfico mostra o período de 20 dias antes do pico e termina nesta quinta-feira, 20 dias depois.
UTIs seguem em colapso
Nas UTIs, a situação é mais grave. No fim da tarde desta quinta, havia 2,4 mil pacientes com covid-19 nesses leitos. Esse número tem oscilado, no alto da curva, entre 2,3 mil e 2,6 mil há três semanas, sem quedas consistentes.
Veja abaixo o comportamento da curva de internações em todos os tipos de leitos desde o início da pandemia. O gráfico abaixo mostra em março de 2020 e termina nesta quinta-feira.