Em assembleia extraordinária nesta quinta-feira (11), a maioria dos prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) decidiu repetir as restrições mais severas à circulação de pessoas a partir da noite desta sexta-feira (12) até a madrugada de segunda (15). A iniciativa pretende conter o avanço da covid-19.
Cada município está autorizado a definir quais serviços e estabelecimentos funcionarão. A maioria das limitações seguirá as da bandeira preta, com algumas cidades ampliando para mercados e supermercados. A região já havia adotado a medida no final de semana passado.
Entretanto, desta vez, o município de Santa Cruz do Sul decidiu ficar de fora. Segundo a prefeita Helena Hermany, optou-se por dar um voto de confiança à comunidade nesses dias.
— As medidas mais rígidas, para uma efetividade, teriam de ser tomadas por 15 dias consecutivos, e isso nossa comunidade não suportaria. Portanto, estamos fazendo um apelo ao bom senso. Fique em casa por respeito a essa situação — afirmou.
Na assembleia, o assessor técnico da entidade, infectologista Marcelo Carneiro, relatou a situação crítica nos hospitais da Região 28 no mapa do distanciamento controlado. No começo da tarde, o painel da Secretaria Estadual da Saúde apontava taxa de ocupação de 128% dos leitos de UTI Covid, e 106% nas vagas fora de UTI. O uso de respiradores também seguia acima de 106%.
— Em um ano de pandemia, é a primeira vez que existe a real possibilidade de faltar respiradores. O suporte de atendimento está chegando ao esgotamento. A curva de uso de oxigênio triplicou e aquelas cenas que assistimos na TV de outros Estados estão perto de acontecer por aqui — afirmou Carneiro.
O prefeito de Vale do Sol e presidente da Amvarp, Maiquel Silva, reforçou a condição preocupante da região.
— Só está abrindo vaga na UTI quando alguém morre. Isto é muito sério e grave. A comunidade precisa compreender a necessidade. São dois dias para ficar em casa que farão a diferença ali na frente. Todos têm de colaborar neste momento para cortar a circulação do vírus —disse.
Maiquel ressaltou no encontro que o comércio e outros serviços estão fechados por causa das regras de bandeira preta estipuladas pelo governo do Estado. Ele também lembrou o caso do município de Planalto, no norte gaúcho, que recebeu multa diária de R$ 50 mil fixada pela Justiça por permitir a abertura de estabelecimentos não essenciais.