Os governadores do Nordeste anunciaram neste sábado (13) a compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V contra a covid-19. Após reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou decidido que as vacinas integrarão o Plano Nacional de Imunização do governo federal.
"Nós comunicamos ao ministro Pazuello o fechamento de um contrato firme para 37 milhões de vacinas Sputnik entre o Consórcio Nordeste e o Fundo Soberano Russo. Também tratamos com a equipe do Ministério da Saúde os termos para mantermos um regramento para que haja vacina para todo o Brasil", afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias, em suas redes sociais.
A Sputnik V ainda não conta com o registro emergencial ou definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada no Brasil.
Os governadores do Nordeste, porém, se apoiam na lei, sancionada nesta semana, que autoriza Estados e municípios a importarem vacinas aprovadas por autoridades de outros países e blocos como Estados Unidos, União Europeia, Japão, China, Reino Unido, Rússia, Índia, Coreia do Sul, Canadá, Austrália e Argentina.
Segundo Dias, até a próxima segunda-feira (15), a Advocacia Geral da União (AGU) irá trabalhar em uma minuta para que a pasta da Saúde participe como "interveniente" no contrato. "Assim garantimos que essas 37 milhões de doses serão distribuídas para todo o Brasil a partir de abril", completou o governador.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, elogiou o espírito colaborativo entre o consórcio Nordeste e o Ministério da Saúde. "Mais uma luz se abriu hoje na luta por mais vacinas. Caberá à União, fazer toda a logística de distribuição, armazenamento, transporte e entrega dessas vacinas aos Estados", destacou.
O Ministério da Saúde já assinou um contrato para receber 10 milhões de doses Sputnik V, que serão importadas da Rússia pelo laboratório brasileiro União Química. A expectativa é de que as primeiras 400 mil doses cheguem ao país em abril.
Na reunião deste sábado, Pazuello também anunciou um novo cronograma com entregas semanais aos Estados dos imunizantes já em uso no Brasil: a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, e a vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz.