A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está com a quarta etapa da pesquisa sobre os impactos da pandemia na saúde mental dos brasileiros aberta. O questionário pode ser respondido até a próxima quinta-feira (11) por qualquer pessoa que tenha mais de 18 anos, resida no Brasil ou que seja brasileira morando no Exterior. Para participar, basta acessar ao formulário online, clicando aqui.
A ideia desta etapa é ter um foco maior no acompanhamento da evolução dos sintomas já identificados nas outras três fases da pesquisa, que começou em abril de 2020. Além das questões objetivas, também foi incluída uma pergunta aberta para que as pessoas possam descrever como estão se sentindo durante a pandemia. O objetivo é que esses relatos ajudem a levantar questionamentos que ainda não foram abordados no estudo.
Inicialmente, a fase aberta agora estava prevista para ser a última, mas, por conta do aumento de casos e o prolongamento da pandemia, a coordenação do projeto está avaliando a possibilidade de seguir com as pesquisas. As outras três etapas foram realizadas até o mês de outubro. Ao todo, mais de 5,7 mil pessoas responderam às perguntas sobre isolamento social, situação econômica, sintomas emocionais e comportamentais e hábitos de vida. Ao final do projeto, as evidências científicas produzidas servirão como referência para ações de intervenção governamentais e privadas.
Os dados obtidos até agora apontam que houve uma tendência de redução de sintomas de estresse e de ansiedade ao longo do período de distanciamento social. Em relação aos sintomas de transtorno de estresse pós-traumático, a segunda etapa, realizada entre junho e julho, foi a que apresentou os maiores índices. Já quanto à depressão, foi registrada uma redução dos sintomas na metade do ano e um aumento na terceira fase, realizada em outubro.
O estudo é desenvolvido na Coordenadoria de Ações Educacionais da universidade e coordenado pelo médico psiquiatra e professor do Departamento de Neuropsiquiatria Vítor Crestani Calegaro. Ainda fazem parte da equipe outras 70 pessoas, entre médicos, psicólogos, professores, residentes e alunos da UFSM e de outras instituições, como Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Franciscana (UFN) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os pesquisadores relembram que a pesquisa é totalmente voluntária e os dados são confidenciais e anônimos. A única informação pessoal é o endereço de e-mail. Além disso, os resultados são de livre acesso e ficam disponibilizados na página do projeto.
*Colaborou Daniel Giussani