Mesmo com três vezes mais pessoas na cidade durante a temporada de verão, o município de Arroio do Sal, no Litoral Norte, começou a vacinar tanto moradores quanto veranistas na quarta-feira (10). A última remessa de doses recebida pela prefeitura é de 330. A cidade tem cerca de 4 mil pessoas com mais de 85 anos que são residentes fixos da cidade. Somada a essa quantidade, há o público que está no local apenas para aproveitar as praias, mas o número exato ainda não é sabido pelo município. Segundo o secretário municipal da Saúde, Diego Feldmann, a média de aumento da população é de cerca de 15 mil para 40 mil nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Por conta disso, a preocupação é receber mais doses do governo do Estado o mais breve possível.
— Somente na quarta-feira (10) tivemos mais de 200 pessoas solicitando a vacina para idosos e muitos que não são da cidade. As vacinas que temos não serão suficientes. Aguardamos que o Estado envie, assim como foi dito, mais doses para o Litoral. É incompreensível o nosso município, que está cheio, receber apenas 330 doses (remessa mais recente) — diz.
A vacina é realizada em Arroio do Sal após um cadastro pelo WhatsApp, no número: (51) 99742.6809. Conforme Feldmann, é exigido um documento e o Cartão SUS, mas não um comprovante de endereço. De acordo com o titular da pasta, o local de residência do paciente pode ser conhecido ao realizar uma consulta do número do Cartão SUS (caso a pessoa não tenha em mãos) por meio do CPF. A vacinação é aplicada na sede da Estratégia Saúde da Família (ESF), localizada na Rua Joaquina Vargas, 198, no Centro da cidade.
— Fazemos a busca ativa e organizamos por cidade. Por enquanto não sabemos quantos de fora já receberam porque ainda é recente — cita.
No total, entre três remessas, Arroio do Sal recebeu 480 doses distribuídas entre idosos e profissionais da saúde.
"O sistema está preparado para identificar a pessoa e o tipo de vacina que recebeu", diz diretora do governo do Estado
A diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde do Governo gaúcho, Ana Costa, explica que o sistema em que as vacinas são registradas é integrado no Estado e também ao país. A orientação é de que estar em outro município de qualquer região do Rio Grande do Sul não deve ser um impeditivo para o recebimento da imunização.
— Claro que é muito mais fácil fazer o controle de vacinados no mesmo lugar, mas não pode ser um impeditivo para o recebimento da vacina. Como há um número de doses limitado, é bom que as pessoas tomem no local onde as doses foram computadas ao município, mas o sistema está preparado para identificar a pessoa e o tipo de vacina que efetuou. Alguns locais pedem o comprovante de residência, mas é para registro, não há impedimento em fazer fora da cidade — afirma.
Questionada sobre a quantia de doses a ser calculada conforme a população local, Ana diz que as prefeituras irão informar ao governo do Estado que, por sua vez, irá efetuar ajustes no envio de remessas.
— Com isso, temos um pouco mais de trabalho sim, mas somos nós que temos que ter mais trabalho e não o usuário — pondera.
Conforme Ana, quem aplicar a vacina precisa estar atento ao laboratório. Consta no registro entregue ao usuário na primeira dose se foi, por exemplo, CoronaVac ou AstraZeneca/Oxford. É preciso seguir a mesma na segunda aplicação. O tipo de imunização precisa constar no sistema integrado.
Na última segunda-feira (8), a titular da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde, Claudia Daniel, afirmou à reportagem que a orientação é não acontecer o deslocamento para outras cidades com o intuito de se vacinar. Em Caxias do Sul, não é solicitado o comprovante de endereço no ato da aplicação, mas a prefeitura não divulga de que forma é feita a organização para que sejam solicitados ajustes no recebimento de doses posteriormente. Conforme a assessoria de imprensa, o posicionamento do município é o mesmo da 5ª CRS.