O Ministério da Saúde tem garantidas até 354 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus para o ano de 2021. São 254 milhões de doses da vacina de Oxford, produzida em parceira da Fiocruz com a AstraZeneca, e mais 100 milhões de doses da Coronavac, produzida pela parceria do Instituto Butantan com a empresa Sinovac. Ambas as vacinas já têm pedidos de uso emergencial em andamento junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Fiocruz protocolou o pedido para liberação de 2 milhões de doses. Já o Butantan tem 6 milhões de unidades do imunizantes prontas, de acordo com o Ministério da Saúde. Porém, a diferença dos estudos apresentados por cada instituição fará com que o Ministério tenha que elaborar uma logística diferenciada para começar a imunização no Brasil na próxima semana, como previsto.
Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (13), o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros, explicou que, para a vacina de Oxford, os estudos apontam a necessidade de aplicação de uma segunda dose em até 12 semanas após a primeira dose. Já para a vacina do Butantan, o período é menor, de poucas semanas. Por isso, serão aplicadas de forma diferente: o primeiro lote de 2 milhões de vacinas de Oxford serão dados como primeira dose para 2 milhões de brasileiros. Já o primeiro lote da CoronaVac será reservada para duas etapas, ou seja, 6 milhões vão ser destinadas a 3 milhões de brasileiros, já como primeira e segunda doses.
— A vacina da Fiocruz permite que a vacinação da segunda dose seja feita até a 12ª semana após a primeira dose. Nós temos um espaço maior entre a primeira e a segunda dose, previsto, portanto, para ser de três meses. Enquanto Programa Nacional de Vacinação, nós iremos mandar vacinas de forma igualitária e proporcional às populações dos grupos prioritários para as 27 unidades da federação — afirma o secretário.
O primeiro lote de 2 milhões da vacina de Oxford deve ser importada da Índia. Em 20 de janeiro, a própria Fiocruz começa a produzir doses em solo brasileiro.
Medeiros afirmou ainda que a distribuição será feita de forma igualitária e proporcional ao número de pessoas dos grupos prioritários de cada uma das 27 unidades da federação. Os grupos prioritários são indígenas, idosos em instituições de longa permanência e profissionais da saúde que trabalham diretamente no enfrentamento à Covid-19.
Segundo o secretário, a distribuição será feita por vias terrestres e aéreas, rapidamente. De acordo com o número populacional do grupo de risco de cada Estado e município, a gestão local receberá o número proporcional de doses para uma primeira campanha de vacinação. A população selecionada será convocada, e o Ministério da Saúde orienta os brasileiros a baixarem o aplicativo Conecte SUS. Como não há previsão para que as vacinas estejam disponíveis na rede privada, ele orienta a população a baixar o aplicativo Conecte SUS e ver se está cadastrado no sistema nacional gratuito de imunizações. Porém, ele lembra que não será obrigatório ou impeditivo para quem não estiver cadastrado.
A ideia é aumentar o número de doses disponíveis aos Estados e municípios ao longo dos meses. Até o final do primeiro semestre, serão disponibilizadas 100 milhões de doses da vacina de Oxford, da Fiocruz, e outras 46 milhões de doses da vacina do Butantan, totalizando 73 milhões de brasileiros imunizados.