O Instituto de Cardiologia Hospital Viamão, o único do município da Região Metropolitana, enfrenta superlotação, causada principalmente devido à demanda de pacientes com covid-19. Em ofício encaminhado no último sábado (18) para a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a instituição pediu para que não sejam encaminhados novos pacientes devido à dificuldade de atendê-los.
Na manhã desta segunda-feira (20), nove dos 10 leitos de UTI para covid-19 estão ocupados – todos estavam sendo utilizados no sábado. Dentre os leitos clínicos para a internação de pacientes com a doença, 19 pessoas estão sendo atendidas, sendo que a capacidade é de 12.
O diretor-executivo, Leandro Gomes dos Santos, explica que o hospital precisou adaptar leitos para poder atender à demanda, fazendo improvisações:
— Tiramos leitos da ala materno-infantil e colocamos em um outro espaço, também isolado, para as pessoas com covid-19 que precisam de leitos clínicos. Só conseguimos fazer isso porque o número de internações de crianças diminuiu. Os leitos não ficam mais de uma hora (tanto os de UTI quanto os clínicos), porque toda hora chega alguém que precisa.
Além de ter solicitado à SES para que não encaminhe pacientes, o diretor-executivo pede que as pessoas que não tenham sintomas graves procurem a unidade de pronto-atendimento (UPA) ou os postos de saúde de Viamão. O objetivo é manter o atendimento apenas a casos em que há necessidade da estrutura hospitalar. No entanto, ninguém deixará de ser atendido.
— Não vai parar de vir gente, e precisamos saber onde colocar essas pessoas. Se nosso tamanho, normalmente, já não suporta Viamão, imagina com a pandemia. Mas não vamos deixar de receber ninguém. Nunca mandamos ninguém embora — garante.
O secretário municipal de Saúde, Glazileu Aragonês, diz que a UPA da cidade também tem ficado lotada em alguns dias, principalmente aos finais de semana. Segundo ele, a construção de um hospital de campanha com 20 leitos seria iniciada em seguida, mas outras ideias estão sendo discutidas:
— Em vez de fazer isso, podemos aplicar parte deste recurso no Instituto de Cardiologia, aumentando o número de leitos lá e mantendo o hospital de campanha. Essas ideias vão ser discutidas com todos os envolvidos, principalmente com o Estado.
Em nota, a SES informou que a Central de Regulação de Leitos está pronta para atender os pacientes e fazer remoções de uma cidade ou região para a outra, de acordo com a necessidade e com a disponibilidade de leitos.