A nova rodada do distanciamento controlado para conter o contágio por coronavírus no RS, anunciada neste sábado (13) pelo Palácio Piratini, colocou quatro regiões do Estado em bandeira vermelha, classificação que traz repercussões como fechamento de parte do comércio e do setor de serviços: Caxias do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.
A classificação começará a valer a partir da próxima segunda-feira (15). Isso significa que, em dois dias, setores da economia, como shoppings e lojas varejistas, terão de fechar as portas como medida de diminuição da circulação de pessoas e de aglomerações. A indústria terá de reduzir pela metade a capacidade de operação.
O governo estadual explicou que as classificações são consequência de dois fatores: a piora contínua dos indicadores de propagação do coronavírus e da capacidade do sistema de saúde. Na região de Caxias do Sul, por exemplo, as hospitalizações confirmadas por covid-19 cresceram 173,9% em duas semanas, passando de 23 para 63 pacientes.
Agora, as regiões em classificação vermelha deverão registrar duas semanas consecutivas de melhora nos seus indicadores para poderem voltar à bandeira laranja. Isso significa que, na melhor das hipóteses, elas permanecerão por 15 dias na situação de risco alto, tendo consequência para a economia com as restrições de funcionamento e circulação.
— Reforço meu apelo para todos os que estão nestas regiões, que atendam as diretrizes e protocolos. E todos que puderem, fiquem em casa. Os indicadores apuraram aumento de contágio e menor disponibilidade hospitalar de atendimento. Não é motivo para pânico, mas é um alerta de que precisamos reduzir a velocidade de contágio e evitar que, lá na frente, haja colapso do sistema hospitalar — afirmou o governador Eduardo Leite, em vídeo publicado pelo Palácio Piratini.
Sobre as restrições impostas a setores econômicos, Leite verbalizou a intenção de conciliar economia e saúde, mas ressaltou que "a proteção à vida vem em primeiro lugar".
A região de Bagé passou da bandeira amarela, a menos grave de todas, para a laranja, de risco médio. Na prática, isso não trará modificações bruscas para a rotina da região de fronteira.
A zona de Santa Cruz do Sul registrou melhora no seu quadro na pandemia, evoluindo da faixa laranja para a amarela. As demais regiões do Estado não sofreram mudanças nas classificações finais.
Critérios mais rigorosos
O anúncio ocorre dois dias após o governador Eduardo Leite ter colocado em vigor ajustes nas regras do distanciamento controlado, os quais tornaram os critérios mais rigorosos, facilitando subidas nas classificações de risco a partir de dados como aumento das internações em UTI, número de infectados e projeção de óbitos. Com as novas balizas, elevações menores em indicadores, nos patamares entre 20% e 50%, já serão suficientes para, junto de outros itens, elevar uma bandeira para as faixas graves, cujas restrições paralisam significativas porções da economia.