Inconformados com as restrições impostas pelo distanciamento controlado, que proíbe o funcionamento de academias em regiões com bandeira vermelha, profissionais do setor organizaram um protesto em frente ao Palácio Piratini na manhã desta sexta-feira (26). Por cerca de duas horas, dezenas de pessoas, entre proprietários de academias e centros esportivos, personal trainers e educadores físicos romperam com o distanciamento social para reivindicar a possibilidade de funcionar em municípios com alto risco de disseminação do coronavírus — as restrições atualmente vigoram em quatro regiões do Estado.
Embora a maioria das pessoas estivessem de máscara — nem sempre utilizada de forma correta —, poucas pareciam preocupadas em respeitar o distanciamento, que prevê uma distância de, pelo menos, um metro entre as pessoas. Por volta das 11h, pequenos grupos já bem próximos se aglomeraram em frente ao portão do palácio, à espera do governador Eduardo Leite — que não apareceu.
— Nossa única reivindicação é que as academias sejam tornadas serviços essenciais, porque nós precisamos cuidar da prevenção da saúde das pessoas. Hoje, elas estão melhor preparadas para o distanciamento do que 95% das atividades essenciais — defendeu Délcio Tiarajú, presidente da Associação das Academias Gaúchas Unidas (AAGU).
Segundo Tiarajú, o grupo elaborou uma solicitação formal para entregar ao governador. Os profissionais também levaram faixas destacando a importância da atividade física para uma boa imunidade e pedindo reconhecimento como serviço essencial. Proprietários de centros esportivos também compareceram, com uma faixa que pedia a liberação do futebol amador, também proibido pelas regras do governo estadual.
Uma banda com instrumentos de sopro e percussão acompanhou o protesto, que contou com canções que foram desde o hino rio-grandense até um hit um tanto controverso. No começo da manifestação, executaram a música que se tornou famosa como trilha do “meme do caixão”, em que vários homens aparecem dançando enquanto transportam um caixão.
Após cerca de duas horas, o grupo deixou o local sem serem recebidos pelo governador, e rumou para o Paço Municipal para apoiar outro protesto, organizado por representantes do comércio. Segundo o presidente da AAGU, os profissionais das academias devem voltar a fazer manifestações até que consigam apresentar suas reivindicações ao chefe do executivo.