Gestor da segunda cidade com maior número de casos e de mortes por coronavírus no Rio Grande do Sul, Luciano Azevedo, prefeito de Passo Fundo, diz que as novas medidas que forem determinadas pelo governo do Estado para a região só terão eficácia se houver mudança nas políticas de fiscalização. Segundo o gestor municipal, não adianta o governador Eduardo Leite determinar medidas mais restritivas se não houver fiscalização proporcional.
– É saudável quando o governador diz que os prefeitos serão ouvidos. Está havendo um distanciamento muito grande, a relação não está próxima. Aqui é outra região, temos uma realidade própria. Não vai adiantar o governo do Estado implementar medida dura e não fiscalizar. Em São Paulo, o governo está usando sua estrutura na fiscalização. O Estado tem que fiscalizar as medidas que ele mesmo decretar – avalia o prefeito.
Na tarde de segunda (27), Leite disse que o governo avalia aplicar regras mais restritivas para as regiões Norte e do Vale do Taquari. Segundo o governador, isso pode ocorrer antes mesmo de o novo modelo de distanciamento social ser implementado – com regras regionalizadas que devem entrar em vigor na primeira semana de maio.
Apesar do aumento no número de casos e mortes, o prefeito de Passo Fundo defende as atuais políticas públicas implementadas para a região. Segundo Azevedo, há vagas disponíveis nas UTIs e o município tem alto índice de testagem.
– Não houve orientação técnica local para mudar a política pública. A abertura de comércio aqui é muito recente, faz uma semana, então temos que observar um pouco mais – disse Azevedo.
Quarto município do Estado com maior quantidade de casos, Marau, também no Norte, também defende a manutenção das atuais restrições.
– Temos que testar a população e conscientizar sobre uso de máscaras, etiquetas de higiene – diz o prefeito de Marau, Iura Kurtz.
Como o prefeito de Passo Fundo, o gestor de Marau também desconhece novas restrições que estejam sendo avaliadas pelo governo do Estado.