O anúncio da pandemia de coronavírus mudou a rotina do Disque Vigilância 150, ligado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), localizado em Porto Alegre. Nos dois primeiros meses de 2020, 50 questões mensais foram respondidas sobre covid-19. Em março, porém, o número aumento cem vezes: 4,8 mil ligações e 483 e-mails com questões relacionadas à doença.
Foi preciso adaptar-se rapidamente para receber as dúvidas dos profissionais da saúde e da população. A única linha telefônica funcional precisou ser ampliada para mais 15 telefones móveis. Segundo a médica veterinária Cintia Simoni, especialista em saúde e responsável pelo Disque Vigilância, o número de atendentes — eram cinco estagiários e cinco plantonistas — também foi ampliado. Agora, são 11 funcionários do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, oito residentes da Escola de Saúde Pública e 13 graduandos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). O grupo é responsável por dar respostas às perguntas que vão desde sintomas a procedimentos em ambulatórios e consultórios.
Mesmo antes da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia de coronavírus, a equipe do Disque já vinha se preparando para a situação atual. Inicialmente, o treinamento básico sobre a doença durava até uma hora. Mas esta realidade, ressalta Cintia, alterou-se com o passar das semanas. Quem se junta ao grupo — e o CEVS está aceitando novos voluntários — passa por noções sobre as atuais situações estadual, nacional e mundial, conhece as fontes oficiais onde poderá obter dados atualizados e aprende sobre a evolução da doença, critérios para coleta de exame e casos suspeitos, entre outros apontamentos. Ao todo, a aula tem durado duas horas.
— Tudo é muito dinâmico e muda o tempo inteiro. Por isso, não temos como atuar remotamente. É preciso estarmos em um único ambiente, com todos os cuidados necessários, porque muitas vezes precisamos atualizar uma informação imediatamente. Desta forma, aviso todos ao mesmo tempo — justifica Cintia.
No início da pandemia, a equipe do Disque chegou a fazer parte do grupo que contatava os pacientes com resultado positivo para covid-19. Mas isso mudou em poucos dias, por conta do aumento das ligações. Hoje, as secretarias municipais de Saúde são as responsáveis por falar com os infectados pelo vírus.
SAIBA MAIS
- Disque Vigilância, da Secretaria Estadual da Saúde (SES)
- Telefone 150
- E-mail: disquevigilancia@saude.rs.gov.br
- De segunda a sexta, das 8h30 às 22h
- Aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 20h