- Em coletiva sem a presença do ministro Luiz Henrique Mandetta, o governo federal anunciou que são pelo menos 12.056 casos confirmados de coronavírus e 553 mortes
- Nas últimas 24 horas, foram 67 óbitos e 926 casos.
- O Brasil tem 29,3 mil internados por síndrome respiratória aguda grave, 54% deles em São Paulo, que também tem o maior número de óbitos e de casos
- O Rio Grande do Sul tem 501 casos confirmados de coronavírus, com oito mortes.
O Ministério da Saúde atualizou os números da pandemia de coronavírus no Brasil na tarde desta segunda-feira (6). Até as 14h, eram 12.056 casos e 553 mortes confirmadas. Foram 67 mortes e 926 novos casos nas últimas 24 horas.
A chamada "taxa de letalidade", calculada com o percentual de mortos entre todos os casos confirmados, está em 4,6%. Apesar das perspectivas que o Ministério da Saúde tinha de essa estatística baixar com o aumento de testes, o número segue subindo.
A apresentação da pasta foi conduzida pelo secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, sozinho, sem as usuais companhias do secretário-executivo João Gabbardo dos Reis e do ministro Luiz Henrique Mandetta.
Os números de internados por síndrome respiratória aguda grave receberam destaque. O Brasil registra 29.306 pacientes nesta situação, sendo 2.424 deles com diagnóstico de covid-19. Mais da metade (54%) de todas as hospitalizações são no Estado de São Paulo. Wanderson explicou a importância desses números:
— Essas pessoas estão competindo por leito. O leito não está sendo ocupado só pela covid-19. Quando se faz uma medida de afastamento social, se busca, com isso, estruturar o acesso aos leitos de internação, de UTI, independentemente da causa. Não estamos olhando só para a covid-19, estamos olhando para acidente de trânsito e as outras causas que vão também exigir internação.
Wanderson repetiu o discurso de Mandetta favorável ao distanciamento social. O secretário aconselhou prefeituras e governos estaduais a prepararem suas estruturas enquanto não há superlotação.
— A experiência internacional vivida por países mais desenvolvidos no hemisfério norte, tendo como exemplos EUA, Itália e Espanha, eu não tenho dúvida, mostra que as medidas de distanciamento social são fundamentais para que o sistema de saúde se organize. O distanciamento social não é para impedir a transmissão. Equivoca-se quem acha que seja para isso. No isolamento social, o paciente é o sistema de saúde, não a pessoa — argumentou.
O secretário destacou que o ministério começou os preparativos para reagir à pandemia em 22 de janeiro, quando o primeiro caso foi confirmado ainda nos Estados Unidos e não se tinha nenhum infectado no Brasil. Um mês e quatro dias depois, em 26 de fevereiro, o primeiro contágio por covid-19 foi registrado no país.
Entre o primeiro e o centésimo caso, 17 dias se passaram. Do centésimo para o milésimo, apenas sete (foram 900 novos casos em uma semana). Do milésimo ao décimo-milésimo, duas semanas (média de 642 novos casos por dia).
A região Sudeste lidera em número de casos, com 7.046 (58,4% dos pacientes do país) e 390 óbitos. A região Sul tem 1.318 casos confirmados (10,9%) e 28 mortos por covid-19.
Em relação aos Estados, a estatística de incidência populacional mostra quantas pessoas estão infectadas a cada 100 mil habitantes por unidade federativa. O Distrito Federal apresenta 15,5, acima da média brasileira de 5,7. O Rio Grande do Sul está abaixo da média e registra 4,2.
Dos casos de morte, 440 das 533 vítimas já tiveram as investigações concluídas. Oito em cada 10 (81%) são maiores de 60 anos. Também são maioria (78%) as vítimas fatais que apresentavam alguma outra doença crônica, como cardiopatia ou diabetes.