Correção: o número de médicos infectados com o coronavírus em Bagé é cinco, e não seis como publicado entre 14h51min e 18h de 30 de março. O texto já foi corrigido.
O número de pacientes com coronavírus em Bagé, na região da Campanha, chegou a 11 nesta segunda-feira (30), de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde. Do total de infectados, cinco são médicos da rede municipal. Mais cedo, o prefeito da cidade, Divaldo Lara (PTB), chegou a informar que eram seis médicos doentes, corrigindo o número à tarde. Um dos novos casos é o primeiro não relacionado com os demais, não sendo possível definir onde houve a contaminação.
– Hoje vamos anunciar novas medidas em razão do perfil das últimas contaminações. Fogem do mapeamento que nós tínhamos. O vírus não anda mais de avião – relata Lara.
A cidade, que está atrás apenas de Porto Alegre em número de casos, já fez testes em 75 pessoas, sendo que ainda são aguardados os resultados em 39 doentes. No Estado, há 241 pacientes com coronavírus.
Entre os cinco médicos com a covid-19, apenas um está internado. É o provedor da Santa Casa de Caridade de Bagé, o ortopedista Jorge Moussa. Há outro médico internado, mas o exame para confirmar ou descartar o coronavírus ainda não foi concluído.
Lara relata, ainda, que um médico de Pelotas também desenvolveu a doença depois de ter contato com colegas bageenses, mas que recebe cuidados na cidade dele.
Medidas
Referência na região, Bagé vem se preparando para o atendimento de um grande contingente de pessoas. Entre as medidas adotadas, está a possibilidade de utilizar um condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, com 564 moradias – mas ainda vazio –, para abrigar leitos de internação.
No entanto, a ideia inicial é usar o espaço se a cidade alcançar 50 casos e se as vias de contaminação chegarem a cinco – o município mapeia o vírus e, até agora, identificou três frentes de contaminação (em duas, soube-se por onde a doença entrou).
Até o momento, 50 leitos foram instalados em um ginásio da cidade. O Exército atua na triagem de pacientes em frente à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e à Santa Casa de Caridade. A instituição também ofereceu o Hospital Militar do município para operar como unidade de campanha, caso seja necessário.
Justiça
De acordo com o prefeito Divaldo Lara, há cerca de R$ 5 milhões em pagamentos estaduais para a área da saúde que estão pendentes. Há problemas, ainda, na distribuição de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde, devido ao aumento da demanda.
Após ação do Ministério Público, a Justiça chegou a obrigar o Estado a enviar equipamentos e recursos para a instalação de leitos. No entanto, a decisão foi derrubada nesta segunda-feira (30).