Com seis novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas e o reconhecimento de transmissão comunitária da doença, Bagé amplia as medidas de isolamento e tenta conter a expansão da epidemia no município de 120 mil habitantes. Com rígidas restrições de convívio social há duas semanas, a cidade agora terá barreiras sanitárias. Ninguém entra e ninguém sai do município sem ser examinado por autoridades médicas.
As novas ações serão anunciadas na tarde desta segunda-feira (30), em entrevista coletiva, pelo prefeito Divaldo Lara. Nesse momento, Divaldo participa de uma reunião por vídeo com o governador Eduardo Leite, na qual pede atenção especial à cidade. Segundo Divaldo, a emergência sanitária se ampliou porque uma das pessoas que testaram positivo nessa segunda-feira foi um presidiário recolhido ao Presídio Regional de Bagé:
— Agora é guerra. A situação saiu do controle. Vamos precisar fechar a cidade porque senão vamos adoecer toda a região.
Até domingo, Bagé tinha nove casos confirmados, cinco deles vinculados à comunidade médica. O surto começou no município depois que o provedor da Santa Casa, o ortopedista Jorge Moussa, contraiu a doença no Rio de Janeiro. De volta a Bagé, ele atuou na força-tarefa criada para enfrentar o coronavírus e teria contaminado outras pessoas. Dos 15 casos, pelo menos nove estariam ligados aos profissionais de saúde.
Bagé, contudo, já está exportando a doença. Uma das duas vítimas da covid-19 em Pelotas, o médico José Raymundo, foi contaminado em Bagé. Ele foi hospitalizado no sábado em Pelotas, mas sofreu piora no quadro de saúde e no domingo foi transferido para Porto Alegre.
— Situações desiguais não podem ser tratadas de forma igual. Precisamos com urgência de equipamentos de proteção individual nos hospitais de Bagé. São hospitais regionais, de alta complexidade. Se não fizermos nada, quem vier a Bagé vai adoecer — afirma Divaldo.
Mapa do coronavírus no mundo
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins: