Há 40 anos, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), tinha apenas 50 mil habitantes. De lá para cá, a mais cosmopolita das cidades do Oriente Médio cresceu assustadoramente e hoje tem cerca de 2,2 milhões de moradores. Impulsionada pela fartura de dólares vindos inicialmente do petróleo, agora sustentada pela riqueza gerada pelo comércio exterior e pelo turismo, a cidade se transformou em um oásis ocidental.
A paisagem é tomada por modernos arranha-céus, avenidas largas, inúmeros shoppings - além das lojas de renomadas grifes, um deles tem até uma pista artificial de esqui com neve de verdade - e hotéis suntuosos. O idioma oficial é o árabe, mas a língua falada nas ruas é o inglês, com os mais variados sotaques.
Como reza a tradição islâmica, homens de túnica branca (dishdasha, em árabe) e mulheres de manto preto ( abaya) ou até de burca podem ser vistos circulando pela cidade, mas são minoria: quase 90% da população do local são de estrangeiros vindos da Ásia, da Europa e dos Estados Unidos.
Por tudo isso, Dubai pode afastar os que buscam referências históricas árabes e programas culturais, ao mesmo tempo que convida ao descanso e ao prazer gastronômico. Em meio ao clima desértico, a pedida é curtir as praias, os hotéis e os excelentes restaurantes, além de se divertir em parques aquáticos. E, finalmente, fritar o cartão de crédito nas maquininhas das lojas, onde produtos do mundo inteiro são vendidos sem impostos.
Há inúmeros hotéis de luxo e sofisticados resorts. A estrela é o Burj Al Arab, autointitulado o único sete estrelas do mundo. Para se hospedar no tradicional prédio em formato de vela de um barco (ícone de Dubai), o turista tem que desembolsar pelo menos US$ 1 mil por dia. A diária mais cara chega a assustadores US$ 20 mil e dá direito a um gerente específico para cada hóspede, responsável por satisfazer todos os caprichos.
Restam poucas construções antigas para visitação
Com tanto cosmopolitismo, Dubai acabou por sufocar seu lado oriental. Até os palácios em arquitetura árabe foram construídos nas últimas quatro décadas, erguidos com a bonança de dólares vindos do petróleo e do comércio exterior. Restam poucas construções antigas e muitas delas não podem ser visitadas.
As mesquitas, que também fariam o turista se sentir no mundo árabe, estão espalhadas pela cidade, mas os horários de visitação restritos tornam quase impossível a missão de conhecê-las. Rara exceção, o Museu de Dubai preserva a história do lugar.
O espaço funciona em uma construção datada de 1799 e que já serviu de palácio, fortaleza e prisão. Desde os anos 1970, recebe visitantes para narrar o desenvolvimento do vilarejo que se transformou em uma metrópole moderna e exuberante.