Quem percorre as principais praias do Litoral Norte depara com uma mudança de comportamento que ganha força na faixa de areia, ocupada por moradores e veranistas que aproveitam o dia às margens do mar. Antes dominada pelos guarda-sóis, a beira-mar está sendo ocupada cada vez mais pelos gazebos – uma espécie de tenda móvel, que garante abrigo aos usuários.
Basta uma breve caminhada pela praia para avistar pelo menos uma dupla de cada lado da estrutura, ajustando os detalhes para fixá-la na areia. Aos poucos, as formas quadradas desse tipo de abrigo vão se misturando com as arredondadas dos guarda-sóis.
O público que optou pelos gazebos é variado, indo desde pessoas que querem montar acampamento mais robusto, com almoço, bebidas e caixa de som, até as que procuram apenas maior proteção do sol, como é o caso da técnica em enfermagem Jucela Felix, 46 anos. Junto do esposo, dos dois filhos e outros familiares, Jucela, moradora de Cachoeira do Sul, na Região Central, trocou o guarda-sol pela estrutura há dois anos.
— A área coberta é maior e protege mais as crianças. O sol é muito quente e queima com facilidade — observa ela.
Esposo de Jucela, o vigilante Everaldo Oliveira, 42 anos, aponta para a bolsa onde o gazebo é guardado, destacando que, depois de fechada, a estrutura também é fácil de carregar.
Montagem
A maior parte dos gazebos usados na beira da praia é do modelo com armação sanfonada, que garante mais facilidade na montagem. No entanto, como ainda é novidade para a maior parte do público, não é raro ver pessoas enfrentando dificuldades durante a instalação do equipamento, principalmente no primeiro contato.
O DJ e trader Tom Siqueira, que participou da nona edição do Big Brother Brasil (BBB), também aderiu ao gazebo para curtir a beira da praia de Tramandaí. Familiarizando-se com a novidade, ele destaca o custo-benefício, pois é prático e estável, desde que bem fixado na areia, e protege do sol. Após enfrentar certa dificuldade na instalação da tenda, ele conseguiu um martelo emprestado para enterrar os grampos nos quais as cordas de fixação são atadas.
— Na segunda vez fica mais fácil, porque a gente já sabe como funciona — afirma Siqueira.
No feriadão de Ano-Novo, quando o público na beira da praia era maior, ver pessoas almoçando nessas estruturas mais robustas era comum. Namorada do pai de Siqueira, a dona de casa Marlene Boschetti, 60 anos, diz que a família já adquiriu uma churrasqueira móvel, que será levada para debaixo do gazebo em breve.
— Vamos fazer uns espetinhos — diz Marlene, bem-humorada.
No caso de quem utiliza gazebo há mais tempo, basta apenas cinco ou 10 minutos para a montagem. Usando esse tipo de proteção pelo segundo ano consecutivo, o mecânico João Cristiano, 33 anos, diz que decidiu comprá-lo na busca de conforto. A fixação mais estável, se comparada ao guarda-sol, também é vantagem apontada pelo mecânico, que mora em Passo Fundo. Acompanhado da esposa, do filho, da enteada e do neto, Cristiano também tem a percepção de que os gazebos são vistos com mais frequência nesta temporada:
— Acho que vai ser uma crescente no nosso litoral pela praticidade.
Um dos pontos que gera certo incômodo em relação aos gazebos é a cor das cordas para fixação.
A maioria delas é confeccionada na cor branca, que fica quase invisível com a claridade do sol diante da areia. Cenas de pessoas tropeçando ou desviando das cordas em cima da hora são comuns.