Foi divulgado no começo da tarde desta sexta-feira o quinto relatório de balneabilidade da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) das praias de Santa Catarina em 2016. No novo levantamento, 88 das 211 dos pontos analisados estão impróprios para banho. O número representa 41% do total.
Em relação ao estudo da semana passada, divulgado em 29 de janeiro, são oito pontos impróprios a mais. Em Canasvieiras, no Norte da Ilha de Florianópolis, cinco dos oito locais analisados estão sem condições para banho.
Em Florianópolis, os números apontam que quase metade dos pontos estudados estão inadequados para banhistas. Dos 75 vistoriados, 34 estão impróprios na Capital, e 41 próprios.
O técnico da Fatma, Marlon Daniel da Silva, explica que o índice atual de pontos impróprios é acima do normalmente registrado, que varia entre 25% e 35%. Ele credita esse aumento às últimas chuvas e à grande ocupação no litoral.
– Quando chove, eleva o lençol freático, que já é alto. A chuva penetra na rede de esgoto, que extravasa até chegar no mar – explica o especialista.
Para que esse problema seja minimizada, Silva destaca que seriam necessários investimentos em redes de macrodrenagem, que vão captar a água da chuva. A intenção, diz o técnico, é diminuir o lençol freático.
– Não adianta pensar em estações de tratamento, tem que pensar no contexto inteiro, em todo o complexo do saneamento – lembrou.
Casan apontada como responsável por poluição
O laudo pericial entregue à Justiça Federal pela engenheira ambiental Bernadete Regina Steinwandter expõe a Casan como uma das principais responsáveis pela poluição no rio do Braz, em Canasvieiras, e que o efluente pode chegar até o rio Papaquara - principal afluente do rio Ratones, que afeta diretamente a Reserva Carijós. O documento foi protocolado na manhã de quinta-feira à Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e que trata sobre poluição de mananciais no Norte da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis.
O relatório de mais de 100 páginas revela ainda outros problemas apontados pela perita após analisar dados disponíveis pela concessionária do serviço e também pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Nesta sexta-feira, o juiz federal Marcelo Krás Borges intimou as partes, promotoria e Casan, a se manifestar sobre o laudo técnico. A empresa de saneamento informou que vai responder aos questionamentos feitos pela reportagem no começo da tarde desta sexta-feira.