A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) anunciou, nesta segunda-feira (11), a morte de Hans Hartmut Richard Michael Hess, alemão, ex-professor da instituição e flautista da Orquesta Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) durante 25 anos. Ele tinha 93 anos e morreu de causas naturais.
Nascido em 1930, em Würzburg, na Baviera, Hess começou a estudar flauta aos 17 anos e chegou ao Brasil em 1957. Rafael Hess descreveu o avô como "culto, inteligente e amante da música".
Amoroso com a família, também cultivava paixão pelo esporte. Nadava diariamente em um clube de Porto Alegre, prática que manteve até os 89 anos. Velejou no Clube Veleiros do Sul, de onde era sócio desde sua chegada à Capital. Tinha amor pelo motociclismo e automobilismo.
— Era um cara muito amoroso, muito religioso, sempre nos dava conselhos. As vezes de poucas palavras, mas sempre palavras relevantes — relembra o neto.
O velório teve início na manhã desta terça-feira (12), na capela 9 do Angelus Memorial e Crematório, na avenida Porto Alegre, 320, no bairro Medianeira. A cerimônia tem encerramento previsto para as 17h30min.
Trajetória
Rodou o mundo para aprender e ensinar sobre a flauta. Foi aluno do Conservatório do Estado da Baviera, em Würzburg, considerada a melhor escola de Ensino Superior de Música da região. Entre 1951 e 1952, esteve no Canadá para continuar a sua formação no Alberta College, onde atuou na Orquestra Sinfônica de Edmonton, conforme a UFRGS.
Chegou ao Brasil em 1957, contratado para ser flautista na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA). Foram 25 anos de atuação na OSPA, entre apresentações e o ensino na Escola de Música da instituição. Sua última apresentação foi em 1995, com Romeu e Julieta, de Tchaikovsky.
Especialista da flauta, trilhou uma longa carreira acadêmica. Além da UFRGS, onde atuava no Departamento de Música do Instituto de Artes, o músico também lecionou e formou flautistas nas universidades federais de Santa Maria e Pelotas.
— O talento musical é uma coisa inata, tu não aprendes música, tu aperfeiçoas o conhecimento, a pessoa, o instinto, a dádiva de Deus que tu tens, que é uma dadiva extraordinária ser músico — disse em 2010, em entrevista ao programa Música em Pessoa, da UFRGS.